segunda-feira, 31 de maio de 2010

O velho “vigário” – Jayme Copstein

Um empresário brasileiro foi resgatado, na África do Sul, das mãos de sequestradores nigerianos que para lá o haviam atraído sob promessa de um "bom negócio". O Comissário Nacional de Polícia da África do Sul festejou a prisão dos bandidos com forte advertência: "Quem pensa que pode usar este país como base para seus malefícios, está enganado".

Só há uma pequena questão – de marketing, por sinal – que enfraquece a frase do Comissário. Se os bandidos nigerianos escolheram a África do Sul como palco para atuar é porque a tanto foram estimulados pela falta de polícia ou pela impunidade predominante. Um decálogo de segurança, distribuído aos turistas e publicado nesta coluna no sábado retrasado, fortalece a hipótese. Tal como comprovação de que 80% da cocaína consumida no Brasil vêm da Bolívia, segundo investigação da própria Polícia Federal sob o Governo Lula. Robustece a denúncia de José Serra sobre a cumplicidade das autoridades bolivianas no tráfico da droga e desfavorece os estrilos da "cumpanheira" Dilma Roussef e do "cumpanheiro" Evo Morales.

Seja como for, são apenas considerações à margem dos fatos. Tanto o brasileiro, o coreano e quem mais caiu no golpe e por vergonha não procurou a Polícia, tiveram sorte de sobreviver. Geralmente essas quadrilhas matam suas vítimas para evitar a identificação.

É de admirar que ainda haja quem caia em conto de vigário. É um dos golpes mais antigos praticados em todo o mundo. O "Annuario do Rio Grande do Sul", de Graciano de Azambuja, edição de 1899 (página 205), já advertia sobre o logro tentado em 14 pessoas (não se sabe quantas caíram no conto) por suposto vigário da Igreja de São Jayme (!), que lhes remeteu carta timbrada com selo da paróquia, oferecendo a tutela de uma órfã, dona de 18 milhões de reales. O piedoso cura desejava, e era justo, uma contribuição em dinheiro apenas para ressarcir-se das dívidas contraídas para cumprir o que lhe pedira o pai da menina antes de morrer.

Mal de uns, benefício de outros – já dizia o antigo provérbio, hoje pouco citado. Que a experiência deste empresário brasileiro sirva de lição a quem anda atrás de dinheiro fácil. Todavia, 125 anos depois a história de Rio Grande, ainda tem gente que não aprendeu.

O vice

Para que serve um "vice" qualquer coisa, em qualquer lugar do mundo? Para substituir o titular em seus impedimentos. E se assim é, deve ter o perfil para exercer o cargo ou funções quando eventualmente for chamado.

Isso em qualquer lugar do mundo, repita-se. Na política brasileira é diferente. O vice até pode ser capacitado para ser o titular do cargo, mas esta não é a regra comum nem essencial. Ele deve trazer no currículo como primeiro item, tempo de televisão na propaganda eleitoral gratuita e cacife para angariar doações à campanha. Se, ainda acrescentar alguns votinhos à chapa, ótimo, mas não é motivo para alguém se entregar à bebida.

Quem tinha razão a respeito de vices era Getúlio Vargas, que conhecia a fundo os homens e os meandros da política: vice, a gente tem que dar alguma coisa para fazer, senão fica incomodando.

Que o diga a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. Ela não conhecia ou não acreditou no conselho do Mestre Getúlio. Deu no que deu.

domingo, 30 de maio de 2010

Voto obrigatório, promessas facultativas – Jayme Copstein

De novo andam com a balela do voto facultativo, como se fosse varinha condão para resolver a imoralidade na política brasileira. Falando sério, o que a canalhice ampla, geral e irrestrita tem a ver com o fato de os maiores de 18 anos serem obrigados a comparecer à sessão eleitoral para receber atestado de bons cidadãos? Ou nem isso. Basta viajar uma cidade próxima e preencher a "justificativa". Algo assim como extrair um dente para ganhar "atestado" e receber o salário do dia sem trabalhar, como podem contar os dentistas que atendem clínicas públicas.

Ora, se o eleitor que se julga decente faz isso, como esperar que seu representante no parlamento seja menos malandro do que ele? Não vale o argumento de que "não votei em ninguém" porque foi outro espertalhão que se aproveitou da omissão para se adonar do mandato. Como bem disse em certa ocasião o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, troçando da honestidade de um faxineiro de aeroporto, achado não é roubado. Após esta profunda reflexão de natureza ética, e tendo Lula sido reeleito por ampla maioria, não há mais do que se queixar em matéria de política no Brasil.

Na verdade, aqui ninguém é obrigado a votar, tanto assim que as nossas urnas eletrônicas, apregoadas pela ufania verde-amarela como as mais aperfeiçoadas do mundo, trazem duas opções de abstenção, uma do voto nulo, outra do voto em branco. Por que é assim, ninguém sabe: nem um nem outro são contados. Tanto faz apertar uma ou outra tecla que o resultado final é o mesmo – zero.

A principal queixa do eleitor nada tem a ver com a obrigatoriedade deste comparecimento à seção eleitoral ou ao posto do Correio, mas a algo que Sandra Cavalcanti com exatidão definiu em artigo no jornal "O Estado de São Paulo", há cerca de dois anos: "Voto obrigatório, promessas facultativas... Tão bom se fosse o contrário! O voto poderia ser facultativo e as promessas deveriam ser obrigatórias."

Sandra escrevia sobre a perversão chamada voto proporcional que desde 1934 transformou a política brasileira em bacanal. O eleitor vota em um candidato sem saber, mesmo que aquele candidato seja eleito, se não está votando em outro candidato que ele sequer conhece ou, pior, em que ele não votaria sob hipótese alguma.

Isso é voto proporcional. De igual forma, se o eleitor não sabe em quem está votando, o candidato eleito não sabe quem votou nele. Portanto, só tem obrigação consigo mesmo e com seus cabos eleitorais. Sandra Cavalcanti, no mesmo artigo ("Processo eleitoral perverso", 25 de agosto de 2008) aconselhava em vão: "(...) quando escolher o seu candidato, procure saber quem são os demais integrantes daquela legenda. Lembre-se: você pode estar inadvertidamente elegendo um pilantra, um delinquente, um mafioso".

Só discordo em dois pontos de Sandra Cavalcanti: o processo eleitoral brasileiro do voto proporcional, não é perverso, é pervertido, o que é pior. Em consequência, por mais cuidado que o eleitor assuma, ele jamais saberá em quem está votando. Daí a pilantragem, a delinquência e a máfia que pululam na vida pública brasileira.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Em memória de Fernando Veronezi

Minha neta Joyce Copstein, jornalista e radialista, de plantão na Rádio Gaúcha, foi quem me transmitiu a notícia, no fim da noite: acabara de morrer no Hospital Divina Providência, nosso colega Fernando Veronezi, da Rádio Guaíba..

Tratei de ligar em seguida para Holmes Aquino, sobre quem eu escrevera há dois dias, festejando o reconhecimento em vida, da sua contribuição ao rádio do Rio Grande do Sul. Conversamos sobre os velhos tempos. Veronezi logo surgiu entre os nomes esquecidos ao longo do extenso caminho que a nossa geração percorreu nos microfones, para construir seu legado.

Veronezi começou nos idos de 1950, no modelo que J. Antônio D'Avila trouxe para o Rio Grande do Sul, para atualizar o que importáramos da Argentina na infância do rádio, quando os equipamentos de geração e transmissão de som eram rudimentares, exigindo vozes tão graves e poderosas como os baixos do teatro lírico, tendo como limite as cadeiras do auditório.

Logo o modelo estaria superado com o advento da televisão, tudo migrando para a telinha, restando ao rádio só o que não podiam lhe retirar: o som. Foi então que Flávio Alcaraz Gomes, em um dos seus frequentes acessos de genialidade, criou o gênero "radiodocumentário", como "Província" e "2001".

Duvido que Flávio Alcaraz Gomes, ou quem mais fosse, pudesse ter criado e realizado os primeiros documentários sem Fernando Veronezi. Ele era o ouvido de todos nós, era quem escutava as maluquices que desejávamos levar ao microfone sem saber como, e as traduzia em som, porque este era seu idioma de nascença. A capacidade de transformar ideias em decibéis, fez com que sugerisse a Sérgio Jockyman um dos mais geniais programas que já passaram pelos receptores brasileiros – "Aventuras no mundo do som".

A mesma ideia eu a vi no cinema, alguns anos depois, em um filme cujo herói se deixava miniaturizar para navegar no organismo de um enfermo, penetrar em desvãos microscópicos do corpo e curá-lo de sua doença.

Mais que ruídos, Veronezi manipulava o próprio movimento das moléculas que através do tímpano dizem alguma coisa ao cérebro da gente. Não precisava de uma orquestra para criar seus cenários. Uma simples nota de centésimos de segundo de duração, esticada pelo dedo que retardava a rotação do prato onde o disco girava, duplicada por gravações sucessivas e perfeitas, sem as linhas da costura, transformava-se no silêncio ensurdecedor da solidão que nós, seres humanos nos defrontamos ao perscrutar os espaços infinitos na indagação às estrelas, se estamos sós.

Mas tudo isso ficou para trás porque é o tributo que o tempo cobra de cada geração. De repente, os pratos que rodavam os bolachões (elepês) na mesa do som foram para o museu, expulsos pela informática, em cujo mundo Veronezi não quis ingressar. Ele mesmo me contou, há cerca de dois anos, quando eu o procurei para dar vida aos milhões de mortos do Holocausto, em um documentário que escrevi para perpetuar o depoimento de sobreviventes judeus e testemunhas não judias.

Já estava fragilizado pelo câncer que o vitimou, só agora percebo, mas disso não se queixou. Apenas me disse que não conseguia fazer aquelas coisas com os computadores nem tinha interesse em mexer com elas. Olhou o roteiro, me recomendou a voz de Sérgio Schiller para a narração. Enquanto fazia isso, percebi que seu olhar se alçava para além da realidade, mirando a época em que todos éramos jovens e brincávamos de fabricar vida tendo como varinha de condão um mero microfone.

Uma época que se encerra com a sua morte.

O canhão no morrinho –Jayme Copstein

O Governo brasileiro baixou o tom de comemoração de botequim, imprimido à sua encenação do "nunquismo" em Teerã: nós fomos lá e resolvemos o que a ONU nunca tinha feito, conforme a gabolice do Presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Em entrevista ontem à tevê, o chanceler Celso Amorim começou a pôr panos quentes. O papel assinado por Brasil, Irã em Turquia, que só faltou ser chamar pomposamente de Acordo Tripartite, era apenas um princípio de conversa. Amorim admitiu que o Irã deve claramente oferecer as garantias de renunciar à fabricação de armas de destruição em massa.

A nova trapalhada diplomática da "troica"    Lula-Amorim-Garcia (não necessariamente nesta ordem), mera repetição do ocorrido em Honduras, suscitou comentários de toda a ordem, incluindo maledicências sobre interesses pessoais. O Brasil é dono de parte das mais importantes jazidas de urânio do globo e o fornecimento ao Irã sempre haveria de fazer a felicidade de muita gente no mundo dos negócios.

Não há indícios que autorizem hipótese tão atrevida. Tudo indica tratar-se de caipirice, cujo principal sintoma induz os pacientes a acharem que berimbau é flauta. Enfim, dentro de uma democracia todas as opiniões podem ser debatidas, se bem que a verdade poderia ser apurada pela Polícia Federal, se não estivesse ocupada em investigar se Joãozinho não é traído por Mariazinha com o Zezinho, caso os três se candidatem pela Oposição a qualquer coisa nas eleições de outubro.

Mas já que estamos falando de marchas e contramarchas, vale lembrar a história verídica, contada pelo escritor Somerset Maugham em "Assunto pessoal", livrinho editado pela nossa Editora (Livraria do) Globo, no início da década 1950.

Maugham adorava fazer molecagens com os leitores. Após parasidíaca descrição dos jardins de sua casa na Rivieira, narra a visita de uma comissão de generais e almirantes franceses, às vésperas da II Guerra Mundial, para lhe comunicar a necessidade de instalar um canhão em um morrinho da propriedade. Mas já o foram alertando sobre desvalorização imobiliária diante da perspectiva de guerra. Não pensasse em pedir um preço exorbitante.

Para surpresa dos generais e almirantes, Maugham respondeu que não cobraria nada. A permissão para instalar o canhão seria o mínimo com que poderia retribuir a hospitalidade francesa. A comitiva ficou perplexa. Agradeceu a generosidade, mas insistiu que fixasse o valor.

Como o escritor mantivesse a recusa, o tom cordial com que o assunto começara a ser abordado transformou-se em algo gélido. A comitiva retirou-se após secos comprimentos. Alguns dias depois, Maugham recebeu carta muito gentil, agradecendo o desprendimento, mas comunicando que, após análise mais precisa, as Forças Armadas Francesas tinham concluído não haver nenhuma necessidade de instalar o canhão no morrinho.

Razões estratégicas, é claro. E nada mais perguntem ou especulem. É segredo de estado. Pode ser considerado traição à Pátria.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Receita de vida – Jayme Copstein

Ontem, estive na Rádio Gaúcha, para abraçar um dos amigos mais queridos: Holmes Aquino. Completava 50 anos de casa. Com justiça a direção da RBS transformou a data em efeméride pela contribuição que deu ao crescimento da empresa. Perpetuou seu nome na Central Técnica onde, na época em que comunicação por satélite era mera ficção científica, ele operava milagres com alguns metros de fio e pedaços de arame, sem contar a bateria de automóvel, para garantir a transmissão nas eventuais faltas de energia elétrica.

Se meio século já é bastante na história dos povos – impérios surgiram e desapareceram em menos tempo – na história de um ser humano é toda a sua vida. Fernando Ernesto Corrêa, outro combatente da mesma batalha, ressaltou esta qualidade de soldado do Holmes, que jamais perguntava se dava para fazer – apenas procurava saber como fazer.

Desejo acrescentar aqui o testemunho de quem o conheceu menino na cidade do Rio Grande. Soldado da vida foi ele desde que nasceu em uma família paupérrima de muitos filhos, deixados na orfandade pela morte prematura do "velho" Lourival. Ainda bem jovem assumiu a responsabilidade do sustento da mãe e da educação dos irmãos, sem xingações a Deus ou indagações ao Demo.

Não houve biscate que recusasse para não deixar faltar comida, roupa e escola em casa. Um dia, cobrando a contribuição à Guarda Noturna do dono do poderoso SRA-2 (Serviço Riograndino de Altos Falantes), Lindalvo Monteiro, dele aceitou a tarefa de pôr no ar, diariamente, a Hora do Brasil. Era tarefa simples – um cabo conectado ao receptor de rádio injetava o som no equipamento e o entregava à surdez coletiva na Praça Xavier Ferreira.

Quando não se xinga Deus nem se tomam intimidades com o Demo, as respostas caem do céu. Descobrir como aquilo acontecia era o desafio. Pouco meses depois, Holmes fazia seus primeiros prodígios na Rádio Cultura Riograndina. Trabalhamos juntos na década de 1950, na Rádio Minuano, e ele foi autor de façanha histórica, instalando um posto móvel de transmissão a bordo do rebocador Tritão, da Marinha de Guerra, possibilitando a cobertura ao vivo, a partir da Foz do Mampituba, da viagem de jangadeiros cearenses, de Fortaleza até Rio Grande.

Não dá para se alinhar todos os "milagres" do Holmes Aquino, desde que começou, na infância do rádio, quando transmitir apenas o som de um locutor narrando futebol exigia uma floresta de fios e mais de 100 quilos de equipamento, até os "milagres" de agora, quando basta um laptop para se transmitir som e imagem, de qualquer lugar do mundo. Ele próprio, hoje manejando com igual competência a moderna tecnologia digital, se pergunta como foi possível ter feito tudo aquilo que ficou lá atrás.

A resposta é muito simples: para o que se faz com amor, não há enigmas. Integridade pessoal, responsabilidade, perseverança e espírito de equipe escrevem as letras maiúsculas do caráter de um ser humano. E também a biografia de Holmes Aquino, o primeiro homem de rádio, ao que eu saiba, a receber em vida e sem estar desenganado pelos médicos, a retribuição ao muito que contribuiu para a vida de uma empresa.

Ditos e achados

A TV Brasil (que o próprio presidente Lula, no lançamento, chamou de "minha TV") agora é internacional. Toda a população do mundo está envolvida no processo: o presidente pediu, o ministro Franklin Martins o atendeu, o contribuinte paga e, como nunca dantes na história desse planeta, o povo dos outros países tem tanta oportunidade de não assistir à mesma TV que a gente aqui não vê. (Carlos Brickmann em "Atenção, todo mundo fingindo"

terça-feira, 25 de maio de 2010

O estratagema do Irã – Jayme Copstein

Graças ao Skype, o programa que nos permite falar ao vivo e a cores (videoconferência) com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, conversava ontem à tarde com Nahum Sirotsky, uma dos mais bem informados jornalistas brasileiros sobre Oriente Médio, a respeito da reação de Barak Obama ao acordo assinado por Brasil, Turquia e Irã.

Já em visita à China, a secretaria de Estado norte-americana, Hilary Clinton havia qualificado o acordo do Irã como estratagema para atrasar o máximo possível, a decisão do Conselho de Segurança, de submeter o Irã a novas sanções,

De Tel Aviv, onde é correspondente fixo de Zero Hora e também do portal Último Segundo, Nahum me indicou pequeno ensaio de uma engenheira, identificada apenas como Elizabeth que trabalhou na produção de mísseis na Rússia e transcrito no blog brasileiro.

É um assunto complexo. São dois os combustíveis das armas nucleares: urânio acima de 90 por cento puro e plutônio. A primeira bomba, explodida em Hiroshima, usou o urânio. A segunda, em Nagasaki, o plutônio. Ninguém tinha certeza sobre qual combustível seria o mais adequado, mas ambos se mostraram eficazes em seu terrível poder de destruição.

O plutônio passou a ser o preferido por ser mais barato. É obtido do urânio processado em reatores. Ela afirma que os iranianos tentam os dois caminhos para obter combustível nuclear. Retiram urânio de três minas de seu próprio território e o levam para Ardakan onde completam a primeira fase da purificação, produzindo bolo amarelo (yellow cake), o qual é submetido a nova fase de purificação, transformado em hexaflorueto de urânio e enriquecido em Ramandeh, Vai a abastecer a usina de Busherer, em operação ha um ano.

Diz Elisabeth que o processo, semelhante ao brasileiro, tem fins pacíficos. Os russos fiscalizam esta usina, evitando que iranianos dela retirem plutônio. Foi montada em local estável, sem o risco de desabamentos e até terremotos. Não é de acesso fácil, mas é comercial. Também não é alvo militar,

O que irritou Hilary Clinton e preocupa o resto do mundo é que o acordo com Brasil e Turquia não afeta os planos do Irã para a obter a bomba. Ahmadinejad pode ter flexibilizado sua posição, mas não alterou suas intenções. O reator de Arak, que opera com urânio puro, ficará pronto em no máximo um ano. Em Kordabah, também será produzida água pesada. São estes os lugares a serem visados por quem pretender evitar que o Irã atinja em breve os seus objetivos.

Elizabeth afirma que a engenharia da bomba esta pronta, só falta o combustível, mas presume que o Ira terá o plutônio necessário, graças aos dois centros.

A Rússia é que mais se empenha em evitá-lo. Sabe dos riscos e das consequências em âmbito regionais. Elisabeth atribui aos próprios russos as informações que publica.

Ditos e achados

Carlos Brickmann, sobre os absurdos da legislação eleitoral: "O fato é que nossa lei eleitoral é tão absurda, tão cheia de contradições, que é dificílimo obedecê-la - por exemplo, Serra, Dilma e Marina precisam fingir que não são candidatos, apenas "pré-candidatos", seja lá isso o que for. O presidente Lula, para não ser multado, precisa fingir que não joga seu prestígio em Dilma. O Governo estadual paulista finge que sua propaganda, com verbas reforçadíssimas, nada tem a ver com a campanha de Serra. O prefeito paulistano Gilberto Kassab finge que suas obras (e há muitas, de boa qualidade) são feitas 'em conjunto com o governador José Serra', que até já deixou o cargo.".

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Heróis – Jayme Copstein

A coluna "Um herói do Século 20" (21/05), relembrando a figura esquecida de Charles Lindbergh, primeiro recordista da travessia aérea do Atlântico, sem escalas, suscitou comentários de leitores. Em comum, as manifestações citavam suas aproximações com os líderes nazistas na década de 1930, participação em campanhas para manter os Estados Unidos fora da II Guerra Mundial e antissemitismo.

Escrever sobre Lindbergh resultou de uma série de coincidências que os místicos atribuirão ao sobrenatural. Eu sempre haveria de preferir a coincidência dos meus palpites com os números sorteados de uma megassena acumulada. Até hoje não encontrei fantasma que me fizesse este favor. Todas as minhas assombrações sofrem da unânime mania de evaporar os poucos níqueis do bolso.

O fato é que estava tentando pôr ordem e transformar em biblioteca a livralhada acumulada durante anos, quando dei de mão com "Lindbergh – uma biografia", de Scott Berg, cuja tradução a Companhia das Letras publicou em 2000. Como acontece nessas ocasiões, a gente fazuma paradinha na arrumação para dar uma "olhada" no livro lido há tanto tempo. Foi quando me dei conta da coincidência de datas: era 20 de maio, o mesmo dia em que Lindbergh iniciou seu voo histórico.

Não tive a menor intenção de omitir o avesso do herói. Poderia até descer, entre outros pormenores mais depreciativos, aos maus tratos a filhos, sob pretexto de educá-los para "o bem". O que, aliás, não o deixaria muito distante da atriz Joan Crawford nem desta procuradora de Justiça brasileira, Vera Lúcia, que ocupou as manchetes dos jornais na semana passada.

Ao reler anotações em alguns trechos do livro me veio a percepção de que Lindbergh não passava de um caipira norte-americano, subitamente ejetado à notoriedade mundial. Nessas circunstâncias, além de pioneiro da aviação, foi também precursor dos personagens do Big Brother, pelo despreparo para lidar com coisas que a fama lhe poria em contato. Algo muito parecido ao que está acontecendo hoje com o Luiz Inácio Lula da Silva e seu assessor Marco Aurélio Garcia no encaminhamento da nossa política externa.

Não se trata aqui de justificar o comportamento de Lindbergh em relação a Hitler, ou de Lula e Marco Aurélio em relação a Ahmadinejad, na contramão da História. Em ambos os casos o deslumbramento é que explica a facilidade com que incautos se deixam levar pela gabolice de outros caipiras, a cuja personalidade se agrega boa dose da psicopatia de domínio do mundo.

Lindbergh se deixou levar, principalmente pela lábia de Hermann Goering, o poderoso comandante da Luftwaffe, aviador como ele. Sua pregação, defendendo que os Estados Unidos se mantivessem fora da II Guerra, enfatizava a inutilidade de resistir a invencível força aérea nazista. Para firmar a posição, chegou até a renunciar ao posto de coronel da reserva do Corpo Aéreo do Exército norte-americano.

Mais tarde, quando se deu conta do logro em que tinha caído, quis voltar e foi recusado. Só foi aceito no fim da guerra, havendo ele tomado parte de mais de 50 missões de combate contra os japoneses.

Rios de tinta já correram para contar a vida de Lindbergh e há outro tanto para se dizer, com a visão globalizada que temos no mundo. Para entender, porém, os atores deste Big Brother em que todos estamos nos convertendo, por nos expor um dos pioneiros, o livro de Scott Berg permanece valioso. Só não tem explicação a Companhia das Letras Editora ter dobrado o preço para R$ 86,50, como se pode ver na Internet.

domingo, 23 de maio de 2010

Caindo a ficha – Jayme Copstein

Começou nova polêmica, dentro dos melhores e mais arraigados hábitos brasileiros – muita conversa, nenhuma objetividade.

Desta vez, é o Projeto Ficha Limpa. Ou Suja – parece não haver acordo nem em relação ao nome de mais esta medida "moralizadora", destinada a engrossar a montanha que se acumula desde a Independência, sem nenhum resultado prático. Inclusive com leis que se contradizem e se anulam, não passando de mera papelada.

Para moralizar de verdade a política brasileira, bastaria o eleitor não ser corrupto, não trocar seu voto por propinas que vão de rapaduras de palha de um tostão à terça parte da verba de assessoria de um vereador de Carrapicho da Serra do Buraco.

Muitos dos corruptos são por demais conhecidos. A imprensa não nega espaço para denunciá-los, sempre que a Justiça não a proíba em relação a uns e outros. Ocorre, porém, que são sempre os "outros" que votam neles, coincidentemente sempre também de partidos adversários.

Em um país onde o bom mocismo calhorda pretende estender direitos eleitorais até a traficantes em presídios, é cômica a preocupação com uma Lei de Ficha Limpa – ou Suja, como queiram – nascida da iniciativa popular, com o apoio da OAB. Isto posto, como diria um dos pais do idioma no século 16, o ínclito Frei Luís de Sousa, quem agora está no poste como Judas é o senador Francisco Dorneles, autor de emenda para "unificar os tempos dos verbos", o que nada tem a ver com a divisão das verbas.

Como o senador Dorneles alega, tal como o projeto chegou redigido ao Congresso, impediria a vigência imediata da lei por revogar o passado, sem poder retroagir, em qualquer hipótese, a não ser para beneficiar o infrator. Como punir quem quer que seja, que não esteja condenado por sentença, passado em julgado, da qual não cabe mais apelação?

Ora, ora, seria hilariante, não fosse trágico, que a OAB, especialista na matéria e um dos agentes empenhados na pretendida moralização, não tenha examinado a redação do projeto com o zelo e a minúcia requeridos para evitar a incongruência insanável de que o projeto padece. Ou cair a ficha, como se diz nas ruas.

Não andaria melhor a OAB se empenhasse seu prestígio na extinção do excesso de recursos, reconhecidamente mera chicana, que torna os processos intermináveis e garante a impunidade a todos os corruptos passados, presentes e futuros deste país? Eis um tema para a entidade mater dos advogados debater em profundidade com seu associados.

Ditos e achados

Eliane Catanhede, em "Candidatos" (Folha de São Paulo, 16/05): "Porque jornalistas perguntam, candidatos respondem. E, se não têm o que responder, que dancem tango, cantem ópera, façam como Hugo Chávez e encham linguiça. Só não podem estapear o entrevistador nem a própria história. Sabe por quê? Porque o jornalista é um só, mas os ouvintes, os telespectadores e os leitores são milhares, milhões. Ah. E eles costumam atender pelo nome de... eleitor.


 

sábado, 22 de maio de 2010

A arte de escrever

Mexia na minha biblioteca, eis-me surpreendido com "Arte da Composição e do Estylo e Historia da Literatura portugueza e brasileira" do Padre Antônio da Cruz.

É a terceira edição do livrinho, de 1935, mas ninguém estranhe a ortografia antiga. O Acordo de 1931, que arquivava a etimologia na escrita das palavras do idioma, fora revogado pela Constituição de 1934. Navegava-se por terra de ninguém, cada um de acordo com suas predileções:

"Escreves pela fonética?"

– Não, sou da etimológica.

Foi assim até 1938, quando o Governo decidiu revogar a revogação, o que mostra que o irrevogável Aloizio Mercadante não inventou nada de novo neste país, apesar de seu chefe, Luiz Ignacio (orthographia ethymologica), achar que nada existiu antes dele neste país.

Mas em tudo isso já vou infringindo as regras do bem escrever, que é o que pretendia ensinar a todos o bom padre Antônio da Cruz, ressaltando que tudo deve ter princípio, meio e fim, porém sem misturar ideias: cada qual deve ficar muito bem comportadinha em cada frase. Como o dinheiro público deve ficar no Erário e o privado, no bolso do dono. Em teoria, é claro. Na prática, estamos cansados de saber, a teoria é outra.

Como já me perdi, misturando as ideias que o livrinho me inspirou, assustado porque Machado de Assis só conseguiu ser Machado de Assis depois dos 40 anos e já estourei o tempo, fico com os conselhos de Winston Churchill, Prêmio Nobel de Literatura de 1953: comece com letra maiúscula, termine com ponto final.

E para quem perguntar o que botar no meio, a resposta é: talento. Não tem livro que ensine.

É parecido

Para turistas em visita para a África do Sul – Copa do Mundo começa dentro de poucos dias – circula pela internet um decálogo de segurança. Nenhuma novidade em relação ao nosso cotidiano, com exceção de um ou outro pormenor:

"1) Os centros das grandes cidades em geral são áreas decadentes; evite-os à noite ou em finais de semana.
2) Não ande pelas ruas falando ao celular; os aparelhos, mesmo os mais simples, são muito cobiçados por ladrões.
3) Não confie só em GPS ou mapas, pois muitas ruas estão trocando os nomes antigos, do tempo do apartheid, por outros adequados aos dias atuais.
4) Não pegue táxis na rua; prefira serviços por telefone.
5) Se for visitar uma favela (no Soweto, por exemplo), esteja acompanhado de um guia.
6) Caixas eletrônicos têm proteção mínima; prefira os de shopping centers.
7) Cuidado com semáforos desligados, algo comum em grandes cidades; além do risco de acidentes, costumam ser pontos de assaltos.
8) Evite pegar lotações; os motoristas em geral dirigem de forma irresponsável.
9) Aja como se estivesse no Rio ou em SP. Não vá a áreas afastadas, aos quais estrangeiros (e muitos locais) normalmente não vão.
10) Esteja alerta aos horários: bares e restaurantes fecham cedo (antes das 23h), e as regiões turísticas esvaziam-se rapidamente.

Árvores da Wizo

A Praça Visconde de Taunay (Ipiranga esquina Princesa Isabel) ganha mais árvores amanhã, às 10 e meia da manhã, por iniciativa da Organização Feminina WIZO do Rio Grande do Sul, em promoção conjunta com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Plantar árvores é tradição judaica para honrar a vida e a solenidade da Praça Visconde de Taunay antecipa a realização da Feira da Fraternidade, marcada para 4 de julho, evento também anual realizad

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um herói do século 20 – Jayme Copstein

Pouca gente há de saber hoje quem foi Charles Lindbergh e a façanha que praticou neste mesmo dia 21 de maio, em 1927. No entanto, nenhuma celebridade mundial foi tão endeusada em seu tempo, ao se tornar o primeiro ser humano a atravessar sem escalas o Atlântico, voando de Nova York a Paris.

Quem visita o Museu Nacional da Aviação e do Espaço na Instituição Smithsonian, em Washington, sente arrepios ao ver ao lado de cápsulas espaciais, o "Spirit of St. Louis", o pequeno avião em que Lindbergh, sozinho, percorreu os mais de 5.700 Km do percurso. Provavelmente poucos de nós se arriscariam a nele viajar até a cidade mais próxima, a poucos quilômetros de distância.

A primazia de Lindbergh tem sido contestada pelos ingleses, que apontam o pioneirismo de John William Alcock, em junho de 1919, e por nós, brasileiros, que a defendemos para o paulista João Ribeiro de Barros, com o hidroavião
Jahu, em abril de 1919, um mês antes do americano.

Ainda que os dois feitos mereçam lugar de honra nos anais da aviação mundial, nem o inglês nem brasileiro voaram sozinhos. Alcock levou consigo um navegador, Arthur Whitten Brown e percorreu trajeto consideravelmente menor (3.186 Km), da Terra Nova à Irlanda. João Ribeiro de Bastos completou o percurso, de Gênova a Santo Amaro, com escalas na Espanha, Gibraltar, Cabo Verde e Fernando Noronha, trocando várias vezes a tripulação.

O que deu o recorde a Lindbergh e também um prêmio de 25 mil dólares, foi ter voado de sozinho, de Nova York a Paris, sem escalas. Não se tratava de mera façanha esportiva. Considere-se a limitada capacidade dos tanques daqueles rudimentares monotores, sequer equipados com rádio e recursos para avaliar as condições meteorológicas e poupar a pequena quantidade de combustível que carregavam. Sem apurado senso de logística, ninguém conseguiria vencer o desafio.

Vários o tentaram, com resultados trágicos. O próprio Lindbergh, estragando-se a bússola durante a viagem, não tinha muita certeza aonde tinha chegado, quando aterrissou no Campo de Le Bourget. Perguntou a quem o recepcionava se ali era Paris.

O feito tornou Lindbergh herói mundial. Não havia lugar no mundo, por menor que fosse, que não quisesse lhe prestar homenagens. Há monumentos, registrando sua passagem por inúmeros lugarejos de vários países. Sua popularidade era tal ordem que, em 1932, já condenado pela Justiça norte-americana e recolhido à prisão, o gângster Al Capone ofereceu recompensa de 10 mil dólares a quem indicasse pista que levasse aos sequestradores do filho mais velho Lindbergh, Charles Junior, encontrado morto, mesmo a família tendo pago o resgate.

O crime abalou o mundo. O sequestrador identificado pelo FBI, o alemão Bruno Hauptman, condenado à morte e executado na cadeira elétrica, até o fim negou a autoria, apesar de acharem em sua casa parte do dinheiro do resgate e restos da madeira com que fora feita a escada usada para escalar o sobrado e entrar no quarto onde o menino dormia.

Apesar das provas concretas, Hauptman alegava que tudo fora obra de um patrício a quem dera abrigo em casa e que lhe deixara aquele dinheiro como pagamento pela hospedagem, quando voltara para a Alemanha. Mas o tal amigo já não podia ser localizado nem interrogado, porque morrera. Já tinham se passado dois anos. A controvérsia inflamou a opinião pública e até hoje há quem diga que, não fosse Lindbergh um ídolo, o destino de Hauptman teria sido outro.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O tempo de Gandhi – Jayme Copstein

Todo mundo conhece a anedota atribuída a Gandhi, em que, instado por um guia a se apressar no metrô de Londres para ganhar um minuto, perguntou: "E o que se faz com esse minuto?"

Pois agora cientistas alemães do Instituto Max Born, equipe do professor Günter Steinmeyer, acabam de medir o menor intervalo de tempo já registrado até agora: um "attossegundo". Equivale a 0,000000000000000001 segundo.

O Inovação Tecnológica, que publicou a informação, fez comparações interessantes: um piscar de olhos corresponde ao próprio conceito humano de eternidade quando comparado ao attossegundo: ele está para 1 segundo assim como 1 segundo está para a idade do Universo (em torno de 13 bilhões de anos).

Com toda a certeza, não há de faltar filósofo em nossos melhores botequins – e também nos piores – que faça piada, plagiando Gandhi: "E o que se faz que esse attosegundo?"

Os alemães do Instituto Max Borne sabem o que fazer: comprimir informações neste intervalo de tempo para aumentar a velocidade da transmissão de dados para 100 terabytes por segundo. Ou seja, no tempo gasto para se dizer um-dois, será possível transmitir através da Internet, muitas e muitas vezes o conteúdo de todos os livros da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, uma das maiores do mundo.

Segundo a anedota, Gandhi apenas perdeu uma viagem. Quem não conseguir entender o que se pode fazer com um attosegundo, vai perder é o trem da história.

[b]Presente de grego[/b]

Há várias especulações sobre a origem do presidente do Irã,
Mahmoud Ahmadinejad, mas há que opine com toda a certeza de que ele é grego. Desconfiança nasceu da libertação da professora francesa Clotilde Reiss, de 24 anos, oferecida como presente ao Presidente Lula.

Presente grego, dizem as más línguas: Clotilde fora condenada a 10 anos de prisão sob acusação de espionagem, por ter transmitido através do celular, imagens do massacre contra os opositores do governo, ordenado por Ahmadinejad.

A "generosidade" pipocou nos jornais brasileiros como deferência de Ahmadinejad a Lula, como retribuição por suas façanhas diplomáticas, mas logo desapareceu do noticiário, quando se soube que, além da multa de mais 200 mil dólares de multa (= um bom apartamento de dois quartos em Porto Alegre), a professora foi trocada por dois iranianos presos na França. Um deles é Ali Vakili Rad, condenado a prisão perpétua por assassinar em 1991 Shahpour Bakhtiar, o último primeiro-ministro do Irã durante o domínio do xá. Vakili já chegou ao Irã onde foi recebido como herói, dentro da melhor tradição do fundamentalismo islâmico.

Os franceses negam a rendição aos aiatolás, mas não tem outra explicação para a coincidência, que não a ter sido coincidência. Alegaram a independência do seu Judiciário em relação aos interesses diplomáticos, mas Bernard Valero, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores admitiu que, quando pergunta desta natureza são feitas. "alguém tem dúvidas sobre a independência do sistema judicial francês".

[b]Que medo![/b]

Marco Aurélio Garcia está zangado de verdade com os norte-americanos por continuarem propondo sanções ao Irã: "Eles vão se dar mal, se tentarem o caminho das sanções", declarou ao saber que os Estados Unidos não aceitaram o acordo assinado por Lula em Teerã.

Não se espantem se nas próximas horas o Metternich da Azenha concentrar sua armada no Arroio Dilúvio. Com quem esse tal de Obama e essa tal de Hilary Clinton pensam que estão falando, heim?