terça-feira, 25 de maio de 2010

O estratagema do Irã – Jayme Copstein

Graças ao Skype, o programa que nos permite falar ao vivo e a cores (videoconferência) com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, conversava ontem à tarde com Nahum Sirotsky, uma dos mais bem informados jornalistas brasileiros sobre Oriente Médio, a respeito da reação de Barak Obama ao acordo assinado por Brasil, Turquia e Irã.

Já em visita à China, a secretaria de Estado norte-americana, Hilary Clinton havia qualificado o acordo do Irã como estratagema para atrasar o máximo possível, a decisão do Conselho de Segurança, de submeter o Irã a novas sanções,

De Tel Aviv, onde é correspondente fixo de Zero Hora e também do portal Último Segundo, Nahum me indicou pequeno ensaio de uma engenheira, identificada apenas como Elizabeth que trabalhou na produção de mísseis na Rússia e transcrito no blog brasileiro.

É um assunto complexo. São dois os combustíveis das armas nucleares: urânio acima de 90 por cento puro e plutônio. A primeira bomba, explodida em Hiroshima, usou o urânio. A segunda, em Nagasaki, o plutônio. Ninguém tinha certeza sobre qual combustível seria o mais adequado, mas ambos se mostraram eficazes em seu terrível poder de destruição.

O plutônio passou a ser o preferido por ser mais barato. É obtido do urânio processado em reatores. Ela afirma que os iranianos tentam os dois caminhos para obter combustível nuclear. Retiram urânio de três minas de seu próprio território e o levam para Ardakan onde completam a primeira fase da purificação, produzindo bolo amarelo (yellow cake), o qual é submetido a nova fase de purificação, transformado em hexaflorueto de urânio e enriquecido em Ramandeh, Vai a abastecer a usina de Busherer, em operação ha um ano.

Diz Elisabeth que o processo, semelhante ao brasileiro, tem fins pacíficos. Os russos fiscalizam esta usina, evitando que iranianos dela retirem plutônio. Foi montada em local estável, sem o risco de desabamentos e até terremotos. Não é de acesso fácil, mas é comercial. Também não é alvo militar,

O que irritou Hilary Clinton e preocupa o resto do mundo é que o acordo com Brasil e Turquia não afeta os planos do Irã para a obter a bomba. Ahmadinejad pode ter flexibilizado sua posição, mas não alterou suas intenções. O reator de Arak, que opera com urânio puro, ficará pronto em no máximo um ano. Em Kordabah, também será produzida água pesada. São estes os lugares a serem visados por quem pretender evitar que o Irã atinja em breve os seus objetivos.

Elizabeth afirma que a engenharia da bomba esta pronta, só falta o combustível, mas presume que o Ira terá o plutônio necessário, graças aos dois centros.

A Rússia é que mais se empenha em evitá-lo. Sabe dos riscos e das consequências em âmbito regionais. Elisabeth atribui aos próprios russos as informações que publica.

Ditos e achados

Carlos Brickmann, sobre os absurdos da legislação eleitoral: "O fato é que nossa lei eleitoral é tão absurda, tão cheia de contradições, que é dificílimo obedecê-la - por exemplo, Serra, Dilma e Marina precisam fingir que não são candidatos, apenas "pré-candidatos", seja lá isso o que for. O presidente Lula, para não ser multado, precisa fingir que não joga seu prestígio em Dilma. O Governo estadual paulista finge que sua propaganda, com verbas reforçadíssimas, nada tem a ver com a campanha de Serra. O prefeito paulistano Gilberto Kassab finge que suas obras (e há muitas, de boa qualidade) são feitas 'em conjunto com o governador José Serra', que até já deixou o cargo.".

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