quinta-feira, 20 de maio de 2010

O tempo de Gandhi – Jayme Copstein

Todo mundo conhece a anedota atribuída a Gandhi, em que, instado por um guia a se apressar no metrô de Londres para ganhar um minuto, perguntou: "E o que se faz com esse minuto?"

Pois agora cientistas alemães do Instituto Max Born, equipe do professor Günter Steinmeyer, acabam de medir o menor intervalo de tempo já registrado até agora: um "attossegundo". Equivale a 0,000000000000000001 segundo.

O Inovação Tecnológica, que publicou a informação, fez comparações interessantes: um piscar de olhos corresponde ao próprio conceito humano de eternidade quando comparado ao attossegundo: ele está para 1 segundo assim como 1 segundo está para a idade do Universo (em torno de 13 bilhões de anos).

Com toda a certeza, não há de faltar filósofo em nossos melhores botequins – e também nos piores – que faça piada, plagiando Gandhi: "E o que se faz que esse attosegundo?"

Os alemães do Instituto Max Borne sabem o que fazer: comprimir informações neste intervalo de tempo para aumentar a velocidade da transmissão de dados para 100 terabytes por segundo. Ou seja, no tempo gasto para se dizer um-dois, será possível transmitir através da Internet, muitas e muitas vezes o conteúdo de todos os livros da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, uma das maiores do mundo.

Segundo a anedota, Gandhi apenas perdeu uma viagem. Quem não conseguir entender o que se pode fazer com um attosegundo, vai perder é o trem da história.

[b]Presente de grego[/b]

Há várias especulações sobre a origem do presidente do Irã,
Mahmoud Ahmadinejad, mas há que opine com toda a certeza de que ele é grego. Desconfiança nasceu da libertação da professora francesa Clotilde Reiss, de 24 anos, oferecida como presente ao Presidente Lula.

Presente grego, dizem as más línguas: Clotilde fora condenada a 10 anos de prisão sob acusação de espionagem, por ter transmitido através do celular, imagens do massacre contra os opositores do governo, ordenado por Ahmadinejad.

A "generosidade" pipocou nos jornais brasileiros como deferência de Ahmadinejad a Lula, como retribuição por suas façanhas diplomáticas, mas logo desapareceu do noticiário, quando se soube que, além da multa de mais 200 mil dólares de multa (= um bom apartamento de dois quartos em Porto Alegre), a professora foi trocada por dois iranianos presos na França. Um deles é Ali Vakili Rad, condenado a prisão perpétua por assassinar em 1991 Shahpour Bakhtiar, o último primeiro-ministro do Irã durante o domínio do xá. Vakili já chegou ao Irã onde foi recebido como herói, dentro da melhor tradição do fundamentalismo islâmico.

Os franceses negam a rendição aos aiatolás, mas não tem outra explicação para a coincidência, que não a ter sido coincidência. Alegaram a independência do seu Judiciário em relação aos interesses diplomáticos, mas Bernard Valero, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores admitiu que, quando pergunta desta natureza são feitas. "alguém tem dúvidas sobre a independência do sistema judicial francês".

[b]Que medo![/b]

Marco Aurélio Garcia está zangado de verdade com os norte-americanos por continuarem propondo sanções ao Irã: "Eles vão se dar mal, se tentarem o caminho das sanções", declarou ao saber que os Estados Unidos não aceitaram o acordo assinado por Lula em Teerã.

Não se espantem se nas próximas horas o Metternich da Azenha concentrar sua armada no Arroio Dilúvio. Com quem esse tal de Obama e essa tal de Hilary Clinton pensam que estão falando, heim?

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