sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A culpa de quem... - Jayme Copstein

Mensagem do leitor Bento Luiz Serraglio, de Passo Fundo, RS, sobre “Brincado com a inflação”, :

“Lamenta-se a perda de salários, arrecadação e lucros quando compramos produtos pirateados ou de muambeiros. O principal culpado de tudo é o próprio governo por nada fazer para reduzir as altas taxas de impostos cobrados sobre os produtos aqui produzidos. O exemplo mais recente é a desoneração nos preços dos automóveis, o que levou nossos consumidores a saírem às compras.

O governo arrecada excessivamente e pouco devolve à sociedade em forma de segurança pública, saúde e educação. A maior parte da arrecadação do governo se perde quando são feitos os conchavos nas esferas dos três poderes para dar empregos às pessoas vinculadas aos partidos políticos; quando a reforma tributária não é votada por que há necessidade de irrigar os cofres dos atravessadores para liberação de verbas; enfim quando a justiça julga com lerdeza os colarinhos brancos, quando o presidente diz nada ter visto...

Parabéns pelas suas colunas diárias. São seu fã assíduo desde os tempos do Gaúcha na Madrugada, quando morava no Mato Grosso.”

O leitor Bento Luiz Serraglio tem razão no diagnóstico. De fato, vivemos no país um circulo vicioso. Há uma cleptocracia grudada no poder, que lá se mantém, presidente após presidente, partido após partido, sugando a riqueza da Nação e – pior – incitando o povo à corrupção com a impunidade do seu exemplo.

Não há do que discordar. Os impostos são extorsivos, a orgia com os dinheiros públicos faz os piores antros do submundo parecerem jardins-de-infância, enfim, o que se chama de política e administração pública no Brasil é pura insanidade.

Discordamos, entretanto, no tratamento da doença. O governo é culpado com toda a certeza. Mas aceitar passivamente esta situação, sem a veemência do protesto, e até tolerar que a corrupção desça para o dia-a-dia do homem comum nos torna tão responsáveis como aqueles a quem acusamos.

Grato ao Bento Luiz Serraglio pela mensagem e pela generosidade das suas palavras.

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