Pelo visto, com as claras apreensões do governo sobre a falta de dinheiro para fechar as contas, chegou a hora de se criar no país o Imposto Sobre Asneiras e Conexos. Não se tem ideia de qual alíquota seria razoável. Por mínima que fosse já aliviaria o caixa a notícia de que a Receita Federal, por distração, há dez anos não cobrava a contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado.
O governo não falou em “distração” nem em bagunça, a palavra mais apropriada. Apenas justificou com “harmonização técnica da legislação” o decreto repentino, restabelecendo a cobrança, no mesmo dia em que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ameaçou punir as empresas que demitirem trabalhadores e se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para estudar medidas contra o desemprego.
É reconhecido o talento do ministro Carlos Lupi para criar empregos, apesar de não ter sido bem sucedido na sua tentativa de acumular a presidência do PDT com o Ministério do Trabalho. Por mais duvidoso que decretos possam conter a crise mundial e suas consequências, o talentoso ministro conseguiu convencer o Presidente a cobrar a contribuição em todas as demissões havidas nos últimos cinco anos.
Como vai se apurar e exigir pagamento de contribuição sumida da lei em virtude de “desarmonias” e também como tudo isso conseguirá passar pelos tribunais é façanha que a varinha de condão do criativo ministro ainda não conseguiu produzir.
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