quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O recado - Jayme Copstein

Brasileiras e brasileiros, rejubilai-vos!... Zé Sarney Primeiro e Único decidiu nos salvar da crise mundial e candidatou-se à presidência do Senado. Comovedor o seu despreendimento, deixando de pensar “no próprio bem-estar para prestar um serviço país” (palavras textuais).

Zé Sarney tem no currículo uma inflação de “miles” por cento, o que, com toda a certeza, o credencia a tão nobre e relevante missão. Jamais houve governo como o dele na história deste país, como poderia ter dito Lula também Primeiro e Único, mas não disse porque como todos sabemos o inimigo de ontem é o aliado de hoje e incógnita de amanhã.

Nem mesmo Zé Sarney leva a sério suas próprias palavras, mas, por mais que estrile seu aliado, o também candidato Tião Vianna do PT, com toda a certeza será eleito.

Ao se tornar o terceiro na linha da sucessão á presidência da República, Sarney faz duas apostas: em que a crise ao atingir o auge possa derrubar Lula e nas dificuldades do vice-presidente José Alencar assumir o Planalto na emergência.

Além das apostas, manda recado a Lula sobre 2010 – apoio do PMDB só sob certas condições. Mesmo com luvas de pelica, o recado é duro – a candidatura de Tião Vianna deve ser retirada:

"Não queria que houvesse disputa. Muito melhor se tivéssemos uma candidatura de unidade."

Vianna reagiu com veemência: "Ele cometeu mais uma indelicadeza ao sugerir que eu renunciasse.”

Não entendeu o espírito da coisa. Lula sabe do que Sarney está falando. Na reeleição, quando percebeu que sua popularidade não se traduzia nas urnas e ele não venceu no primeiro turno, teve de sair correndo com um simbólico saco de cinzas na cabeça para conseguir transferir 10 milhões de votos da conta de Alkimin para a dele. Ou entra na cabeça de alguém que, sem nenhuma outra causa aparente, meros discursos fazem dez milhões de eleitores mudar repentinamente de opinião?

As batatas de Evo

O ministro Edison Lobão diz que Brasil não aceita alterar tratado de Itaipu. Como ele é por demais conhecido pela firmeza de suas afirmações, escrevam: o tratado vai ser alterado e o Brasil ainda acabará pagando alguma indenização, quem sabe para compensar Madame Lynch, a amante de Solano Lopes, pela perda da virgindade.

Não é maledicência: recentemente o ministro Lobão garantiu que o Brasil diminuiria a compra de gás da Bolívia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma visitinha de cortesia ao companheiro Evo Morales e elevou a quantidade comprada.

Faz sentido: com o aumento das exportações de batata doce para o país hermano, a companheirada passou a produzir mais gás.

Temos de indenizá-los, sim senhor. Nada como um estadista na chefia do governo.

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