quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

No país da impunidade - Jayme Copstein

Leitores reclamam de uma provedora de Internet: sem mais nem menos, as redes sem fio de seus clientes deixam de funcionar. Técnicos no assunto dizem que é possível e que a operadora faz de propósito porque deseja vender manutenção aos seus usuários.

Se isso é verdadeiro, não será nada difícil documentar a intrujice e pôr a boca no trombone. O PROCON municipal e a própria Anatel do Rio Grande do Sul estão aí mesmo para tomar providências. De qualquer forma, como não há apenas um queixoso, mas dezenas deles, onde há fumaça, tem fogo...

O fato é...

...,que esse “se pegar, pegou” é resultado do sentimento de impunidade amplo, geral e irrestrito que encharca o país, graças ao código de porta de cadeia gestado pelo bom-mocismo calhorda. Já houve caso de ladrão preso três vezes no mesmo dia e, com tanta insistente, acabou convencendo as autoridades que realmente desejava hospedar-se atrás das grades.

Em Taquara, porém, porque não gostou de o dono de uma casa ter reclamado que sua “namorada” de 17 anos invadiu o pátio para consumir crack, um marginal simplesmente baleou-o no peito. Para um corruptor de menores, portando armas, já tem código penal de sobra para trancá-lo nas grades.

No Vale do Taquari, aqui no Rio Grande do Sul, não há vagas nas prisões. Há decênios não se constroem cadeias novas. Não houve, ao longo de todos esses anos, nenhuma reivindicação mais veemente nesse sentido. A autoridade vê-se obrigada a liberar criminosos presos em flagrante que voltarão a delinqüir porque sentem que não acontece nada.

Porém...

... sequer autoridades respeitam a lei. Um inspetor da Polícia Civil deu origem a um confronto com a Polícia Rodoviária Federal que poderia terminar em tragédia. O inspetor decidiu “furar” o pedágio de Gravataí, aproveitando a cancela aberta para o carro que o antecedia. Interceptado pela PRF, tentou fugir da ordem de prisão, transformando a freeway em pista de fórmula um, em uma corrida que só terminou na frente da 1ª DP.

O episódio, que incluiu cenas de pugilato foi relatado pelos jornais com o curioso acréscimo de que a Polícia Civil queixou-se da truculência da Polícia Rodoviária Federal.
Nada como um dia depois do outro.

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