quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A grande incógnita – Jayme Copstein

A grande incógnita: o Brasil é um país soberano? A defesa do italiano Cesare Battisti acha que não. Ameaça revogar a ordem constitucional brasileira, recorrendo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para libertar o terrorista italiano, caso o Supremo Tribunal Federal decida pela sua extradição. Simplificando: quer subordinar a última instância do Judiciário à vontade de um político que em 1º de janeiro de 2011 encerra seu mandato.

O povo elegeu Luiz Inácio Lula da Silva presidente de uma república democrática e não o Mussolini das Américas ou o Stalin dos Trópicos. Se querem colocar a questão em termos eleitorais, há uma excelente oportunidade no Rio Grande do Sul, onde o ministro Tarso Genro, amigo devotado de Battisti, é candidato a governar o Estado. Basta que inclua em sua plataforma a promessa de nomear Batistti para assessorar José Paulo Bisol na Secretaria de Segurança Pública em seu futuro governo, caso seja eleito. Mas que peça o voto plebiscitário do eleitor. Concorda com a impunidade do italiano, vota em mim. Não concorda, vota em outr5o candidato. Tudo simples e absoluitamente dentro da legalidade democrática.

Sem comentário

"Apagão não cai do céu. [Apagão] é não investir em geração e transmissão. Antes o governo era parte do problema". Dilma Roussef, declaração à imprensa em março de 2009.

"Fizemos as linhas de transmissão, estamos fazendo as hidrelétricas necessárias, e hoje posso dizer que o Brasil não tem e nem terá, em um curto prazo, qualquer problema de energia." Presidente Luiz Inácio Lula da Sil, idem, em 2008.

"Brasil no escuro: apagão afeta 9 Estados e o Distrito Federal". Notícia de ontem da Folha de São Paulo.

Enxurrada de dólares

Sobre o ingresso alarmante de dólares que valoriza o real, prejudica as exportações e põe em risco a produção industrial, estive conversando com gente do setor que entende do riscado, nunca se meteu em política e participou profissionalmente da formulação das ações do Banco Central ao longo de décadas.

Não é a primeira vez que acontece. Ao tempo de Mário Simonsen no Ministério da Fazenda e Paulo Lira na presidência do Banco Central, a enxurrada dos dólares foi contida com a fixação de um prazo mínimo de permanência no país. Podem trazer quantos dólares quiseres, mas só podem levá-los de volta em quatro ou cinco anos.

Equivale ao plantio e cultivo de uma árvore que exige cuidados e tempo para crescer e dar frutos. Quem especula, apenas retira o húmus, devasta o solo.