sexta-feira, 9 de setembro de 2005

A dança dos bugios - Jayme Copstein

O escândalo de Severino Cavalcanti não surpreende ninguém. Todos sabiam do que se tratava. A surpresa para os desatentos, era a eleição para a presidência da Câmara. Os demais sabiam que era a dança dos bugios, ritual de acasalamento dos políticos brasileiros às vésperas de qualquer eleição. Começa com guerra de excrementos e termina no leito das legendas condescendentes, permissivas, umas, libertinas, outras.
A eleição de Severino era para advertir Lula que reeleição tem preço.
Alguma coisa, agora, assanhou os bugios. José Alencar sai às pressas do PL, Delfim Netto vai para o PMDB, Maluf bate às portas do PTB. Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribuna Federal, reedita Francisco Resek no famoso passo um-prá-lá-outro-prá-cá, Anthony Garotinho reencarna o espermatozóide perneta e luta para não ficar sem legenda.
No tucanato, paz aparentemente. Com o bico comprido substituindo o facão, impõe-se a armadura de ferro para evitar o traseiro de bêbado.
Nesse planeta de primatas, só resta tapar o nariz.

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