sexta-feira, 16 de setembro de 2005

O país dos coitadinhos - Jayme Copstein

A desonestidade no Brasil é tão criativa que há necessidade de um imenso dicionário para listar todas as falcatruas. Mas o povo simplifica a classificação em duas categorias: ladroeira, quando é dos outros, “desaperto”, quando é da gente.
A tese não é nova. Foi levantada pela primeira vez por Emil Farah. O que separa uma categoria da outra é a coitadice, espécie de passaporte que se obtém sob vários pretextos: mulher gastadeira, marido zangão, amante argentina (antigamente era francesa), namorado gigolô, filhos estróinas, genros vadios, vícios ocultos, bebedeiras "sem-querer" e também porque ou se é muito jovem ou velho demais.
Não se perdoa no Brasil é a burrice. É o que faz o esperto apostador do jogo do bicho, por sinal proibido por lei, jogar no burro quando um gato cai do telhado. Pois não é burro o gato que cai do telhado? Não tem perdão.
O onipotente Severino Cavalcante, que até há poucos dias dava todas cartas, chantageava o presidente da República e trocava ministros, foi apanhado por burrice. Com os bilhões do mensalão jorrando à farta, foi logo extorquir vinténs de um concessionário de restaurante da Câmara?! Que asno!!!
Só resta a Severino provar sua coitadice para escapar da entaladela.
É um pobre velhinho de 73 anos, pode até morrer do coração.
Ou então: de que ele irá viver, o pobre, se perder a gorda aposentadoria de deputado estadual por Pernambuco?
Viva o Brasil, o país dos coitadinhos.

3 comentários:

  1. Anônimo6:25 PM

    Tadinho do Severino, realmente um pobre coitado. Vai ficar na miséria. Mais burro que ele só os que o nele votaram.

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  2. Anônimo6:28 PM

    É de se pensar, se alguém neste país ainda se preocupa com a aposentadoria do Severino quando morrem centenas nas filas INSS, precisando de menos que 8 mil para o tratamento.

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  3. Anônimo7:54 AM

    Como diria o português amigo do Pato: "que país gracioso"...

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