Jair Bolsonaro, que deveria estar enfrentando processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, é candidato à presidência da Câmara.
Não que não tenha direito, que é de todos os 513 deputados. É regra da democracia. Falta-lhe, porém, autoridade moral para exercer qualquer mandato eletivo, depois que confrontou com desprezo as mais comezinhas regras desta mesma democracia que lhe garante todos os direitos, menos o de atentar contra a liberdade dos demais.
A democracia tem de conviver com as idéias dos seus opositores, mas há um limite para tolerar as suas ações. Ela não pode ser objeto de sofismas, sob pena de termos de aceitar as ditaduras tão a gosto de Bolsonaro, porque é desejo de maiorias silenciosas ou de minoria ruidosas.
Idéias, quais forem, não fazem mal. Pelo contrário, por mais estapafúrdias, agitam e impelem os seres humanos na busca dos melhores caminhos. Mas orgulhar-se da tortura de um jovem ensandecido por suas utopias, é crime com o qual não podemos conviver.
Repita-se à exaustão: na democracia, há lugar para todas as convicções. Não para a imposição de escolher entre Hitler ou Stalin, entre Pinochet ou Fidel Castro.
Está faltando um na lista das cassações.
sexta-feira, 23 de setembro de 2005
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário