Está na hora de se analisar a relação entre o preço do livro e o fato de o brasileiro ler tão pouco.
Quando se tem em mente que um volume de 200 páginas, edição pronta e acabada, tiragem de mil exemplares, custa entre quatro e cinco reais, é estranho que não se encontre nada nas livrarias por menos de 30 reais, também em média.
De pouco vale argumentar com aquele beco sem saída, se “brasileiro compra pouco livro porque é caro ou se é caro porque brasileiro compra pouco livro.” Milhões de exemplares de livros didáticos são comprados todos os anos pelo governo e nem isso faz baixar o seu preço. Que o digam os pais, obrigados a comprar edições novas todos os anos, porque o texto muda sempre, ainda que trate da história da pedra lascada.
Impostos? São mínimos. E não é também a propaganda para promover vendas que encarece o livro. Não há indústria no mundo inteiro que receba tal carga gratuita de publicidade.
Seria fantasioso dizer-se que os cinemas viveriam às moscas, caso adotassem o mesmo critério para calcular o preço do ingresso?
O preço do livro – eis um bom título para um filme de mistério.
terça-feira, 20 de setembro de 2005
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