terça-feira, 20 de setembro de 2005

Histórias fora de moda - Jayme Copstein

Para que todos tenhamos conta do naufrágio das nossas ilusões, só falta alguém gritar o clássico “Salve-se quem puder”.
A Polícia Federal prendeu quinta-feira uma quadrilha de portugueses que enviava cocaína para a Europa, dentro de carne congelada. Entre os pertences dos traficantes estavam duas toneladas de cocaína e dois milhões de reais, se convertidos os euros e dólares apreendidos.
Segundo um policial, chamou a atenção que os 677.230 euros eram cédulas de 500, raras aqui no Brasil. Os 63.205 dólares, claro, só podiam estar em notas de 100 que é a de maior valor a circular normalmente.
Mas vá lá que todo esse dinheiro estivesse em notas de 500, até os reais que não são emitidos neste valor.
Literalmente é dinheiro para muito mais de metro. Quem duvidar que empilhe sete notas de qualquer moeda para constatar a altura de um milímetro. Depois, faça as contas.
Pois esta montanha de dinheiro, aprendida na quinta-feira, estava em uma sala da Polícia Federal do Rio de Janeiro, cuja chave fora guardada no armário do escrivão-chefe.
Os ladrões, sem serem vistos por nenhum dos 60 policiais de serviço na delegacia, arrombaram duas portas, mais o armário onde o inquérito estava guardado, leram os registros para descobrir onde se guardam os valores apreendidos, foram diretamente à estante e só levaram o dinheiro e as duas toneladas de cocaína dos portugueses.
Como vocês bem sabem, a cegonha traz os bebês, Papai Noel mora no Pólo Norte, o Coelhinho da Páscoa não trabalha para a Playboy, mas essas são historias fora de moda.
É bom ter os ouvidos atentos. O grito clássico pode vir a qualquer hora.

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