quarta-feira, 28 de setembro de 2005

O pano da mesa - Jayme Copstein

A manchete dos jornais esta manhã dá conta de que, decorridos menos de 60 dias, até as fichas de nova reforma do ministério foram apostadas na disputa pela presidência da Câmara federal.
Qual a cor do pano para cobrir o tampo desta hipotética mesa onde sentam aqueles que, em nome do eleitor, decidirão o terceiro na linha de sucessão, para governar a república em eventualidades?
O pano verde onde se aposta tudo, até mesmo o dos outros – no caso, o patrimônio dos eleitores – e o que menos importa é a honra?
Ou será o pano vermelho dos leilões, com a bandeira esfarrapada à porta, nos quais quem dá mais leva o bagulho, pouco importando o preço exorbitante? Afinal, quem paga é o eleitor...
Quem sabe, aquela negociação na penumbra dos cabarés de interior, ao som da acordeona asmática, assassinando um velho tango.
“Champanha e quinhentão”
– Não. Dois vermutes e 300 “pila”.
“ Tá pensando que eu sou o quê? Dois uísques e 400 ‘ferro’...”
Pode até ser ficção. Mas que estão prostituindo a República, estão.

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