segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Teoria e prática da moralização - Jayme Copstein

A mídia está conceituando mal a decisão do deputado Carlos Rodrigues, mais conhecido como bispo Rodrigues, de abandonar voluntariamente o mandato, para escapar da cassação e conseqüente perda dos direitos políticos por oito anos.
As notícias falam em “pedido de renúncia”, quando se trata apenas de comunicação. Detentores de cargos eletivos não pedem – apenas comunicam a renúncia, porque ela não lhes pode ser recusada. É simples manifestação de vontade.
O grande problema na aparente imprecisão semântica é que, sob a suposta renúncia, esconde-se o estratagema de delinqüentes comprovados para escapar à punição, pois implica confissão de culpa.
Como Rodrigues, cuja “mitra” já foi cassada pelo “papa” Edir Macedo, não é o primeiro nem será o último a se valer da artimanha, o Congresso brasileiro passaria da teoria à prática o discurso da moralização, se definisse as condições em que detentores de mandato poderiam a ele renunciar.
Mais ainda: que aos cargos públicos pudessem retornar apenas quando cessados os motivos que levaram a decisão tão extremada, pouco importando sua natureza.
Por exemplo, se fosse por doença, previamente atestada por médico, mediante laudo certificando recuperação da saúde.
Fosse, entretanto, para escapar da punição, não impediria o seguimento do processo. O retorno só seria possível mediante a prova da inocência.

2 comentários:

  1. Anônimo3:14 AM

    Jayme! Que legal encontrar um blog seu na internet!

    Tenho saudades dos tempos do Brasil na Madrugada. Você faz falta! Cheguei a enviar alguns emails à época, mas eram tantos ouvintes que você talvez nem se lembre.

    Mas repito: muito bom encontrar um blog seu. Com certeza me tornarei leitor assíduo!

    Grande abraço!

    ResponderExcluir
  2. Obrigado, Marcos.
    Abraços do
    Jayme

    ResponderExcluir