Com a observação – "Quem te viu, quem te vê" – Ney Gastal me manda pela Internet entrevista de Luiz Inácio Lula da Silva a Silvio Santos, em 1989, quando concorreu pela primeira vez à Presidência da República, contra Fernando Collor de Mello. Perguntado por uma senhora do auditório, de nome Marlene, o que pretendia fazer pelos aposentados e pelos pensionistas, Lula respondeu textualmente:
"Minha querida, em primeiro lugar quero te agradecer pela oportunidade de te dar esta resposta porque esta pergunta é muito interessante. Primeiro, quero agradecer pela oportunidade de dar esta resposta porque a pergunta é muito interessante. Temos no Brasil, aproximadamente, 12 milhões de aposentados e pensionistas. Normalmente, toda pessoa que vira pensionista ou aposentado, depois de tantos e tantos anos de trabalhar, na verdade são quase jogados na lata do lixo. Nós entramos com um projeto, companheira Vera, e vamos ver se batalhamos para este projeto ser aprovado ainda este ano, para que o aposentado possa viver no Brasil como vive na Europa."
As pessoas que lotavam o auditório do SBT interromperam Lula com uma salva de palmas. Ele continuou: "Não tem coisa mais bonita, Sílvio. Você conhece bem. Na Europa você encontra aquela caravana, você encontra ônibus cheio de aposentados, companheiros e companheiras de 70 anos, de 80 anos, da Suécia indo para a França, da França indo para a Itália, da Itália indo para a Alemanha. Aqui no Brasil, coitado do aposentado, quando se aposenta, ao invés de ir viajar para o Interior, ele não consegue nem pegar o ônibus porque o dinheiro não dá. Por isso nós precisamos recuperar a dignidade que o aposentado brasileiro precisa ter e já teve um dia neste país."
Ney Gastal conclui sua mensagem, com outra observação, evocando anúncio de amansador de cabelos que ficou célebre na televisão: "A voz continua a mesma. Mas suas ideias... quanta diferença!"
A Família Silva
O dr. Ademir Monteiro, professor de português, advogado, com que dá gosto de conversar sobre todas as coisas, me passa o trecho de carta que enviou a Flávio Del Mese. Faz referência a uma crônica de Rubem Braga – "Luto da Família Silva" – publicada em 1936, com o vaticínio: "Nossa família um dia há de subir na política".
O dr., Ademir comenta: "Decorridos quase 76 anos, acho que, se o autor reescrevesse a crônica, constataria a 'Vingança da Família Silva' Isto porque subiu na política, aculturou-se, vingou os índios; botou goela-abaixo a cota para negros (sem ouvi-los); esnoba a Embraer e compra Airbus; não quer diplomata falando inglês, encheu de dinheiro (público) os guerrilheiros e adesistas, goza das benesses da morada palaciana e viaja mundo afora como se fosse um globe-trotter."
Ditos e achados
Carlos Reverbel, escritor e jornalista, em 1978: "A ecologia chegou com atraso entre nós, mas quando deslanchou o fez com ímpeto avassalador, se não na prática, pelo menos na através dos chamados meios de comunicação, Tenho fundadas esperanças de que criaremos um novo ramo da nova ciência: a ecologias do papo-furado." sobre os problemas do trânsito e Porto Alegre: "