Já pensou ter de contar para o netinho querido ou a netinha amada que o vovô ou a vovó contraiu AIDS? Pois este é problema a enfrentar se as campanhas de prevenção não conseguirem sustar a incidência da moléstia que vem crescendo nos últimos anos. O alerta é das autoridades sanitárias do mundo inteiro e também afeta o Brasil: números do Ministério da Saúde revelam que, de 1993 a 2003, aumentou em 130% entre os homens e 396% entre as mulheres, o número de aidéticos com mais de 50 anos de idade.
A principal causa de contaminação é o do sexo sem proteção. Estimulantes como Viagra, Cialis e Levitra
devolveram aos idosos atividade sexual, mas como em torno deles há mitos de recato, de conduta quase angelical – nos quais eles próprios acreditam ou se refugiam – as campanhas de prevenção não os focaram como deviam, para lhes incutir a noção de sexo seguro.
Todavia, evite-se, também, o extremo oposto, iniciando-se caça às bruxas. Trata-se apenas de educar uma geração que foi salva do espectro da sífilis e não contava com outro flagelo igual ou pior.
Nos dedos
Ora, enfim, o diplomata amador e assessor de Relações Internacionais do Presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, está aprendendo algumas lições do metier: após algumas valentias, está "telegrafando" recuo na questão de Honduras. Garcia, que após o seu famoso "top,top,top" consagrou-se mundialmente como mestre em regras de etiquetas e civilidade, aderiu à revogabilidade do irrevogável preconizada por mestre Mercadante, após um reguaço no dedos desferido pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias.
""O governo brasileiro não poderia ficar indiferente se houver dados que comprovem uma fortíssima participação popular", disse Garcia. "Uma coisa é nós considerarmos a eleição ilegítima como procedimento, outra coisa é desconsiderarmos como fato político."
O recuo de Garcia veio depois de o Presidente ter dito que a posição do Brasil era "imutável", ensejando o reguaço de Arias:
"A história das últimas eleições – foram as suas palavras textuais– mostra que em Honduras havia cada vez maior abstenção nas eleições presidenciais. Estas [as de domingo] tiveram maior participação e até agora não houve queixas significativas de fraudes. É dupla moral reconhecer as eleições iranianas, que não foram limpas e onde houve uma série de casos, e até um candidato resolveu desistir do segundo turno, e não reconhecer as hondurenhas".
A propósito: o Irã acaba de prender cinco ingleses que iam de Bahrein a Dubai em um iate. Por engano, entraram em águas territoriais iranianas e foram capturados pela Marinha de Guerra de Ahmadinejad.
Sem acréscimos
O leitor A Barbosa reclama da falta de alusão à roubalheira de Brasília, cuja estrela de primeira grandeza, no escândalo da vez, é o próprio governador Arruda, especialista em violação de painéis, versões lacrimosas, ameaças de radicalização ("Olha que eu conto, heim !?!") e distribuição de panetones. O leitor, que com isso mostra não ser tão leitor assim, não prestou atenção ao "Galho do Arruda", na coluna de anteontem, no dia em que o novo mensalão estourou. O que mais acrescentar ao caso se é mera repetição do que há decênios todos assistimos impotentes: ninguém na cadeia, todos os gatunos de bolsos cheios, felizes para sempre. Alguma novidade, por acaso?