quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

Onde está a honestidade? - Jayme Copstein

Onde está a honestidade? A pergunta, de um velho samba de Noel Rosa, é a manchete mais gritante dos jornais de hoje, apesar de não ter sido escrita.
Uma quadrilha de gatunos, todos formalmente diplomados, alguns talvez com pós-graduação e o que mais for parte da chamada educação superior, aboletou-se na Universidade de Cruz Alta e embolsou o dinheiro até das comemorações do centenário de Érico Veríssimo. O magnífico reitor está foragido. Ou deu no pé, como falam os doutos da malandragem.
Ao mesmo tempo em que isso acontece no Rio Grande do Sul, na Assembléia Legislativa do Ceará o irmão de José Genoíno, que além do nome de José Nobre – imaginem a contradição – é o patrão do homem das cuecas dolarizadas, escapou de ser cassado por apenas um voto, com sete espertalhões anulando ou votando em branco, sem que se saiba os relevantes motivos de tão corajosa decisão.
De outro lado, tudo absolutamente dentro da lei, o Tribunal de Contas da União sacramentou assalto de dois bilhões de reais ao Tesouro, mandando incorporar ao salário as gratificações, por exercício entre 1998 e 2001, de cargos de confiança nos três poderes
Onde está a honestidade?
Só falta aparecer alguém que a tenha encontrado, mas só devolve se lhe pagarem alguns milhões. Como já pontificou sua excelência, o presidente da República, achado não é roubado, companheiro.

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