quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ditos e achados

“Transporte o protecionismo para outro campo e verá como se torna clara a demonstração. Suponha dois médicos numa cidade pequena, um bom, outro mau. O bom, visto que cura os doentes, atrai enorme clientela. O mau vê-se às moscas. Mas intervém o protecionismo. Uma lei municipal põe guardas à porta do bom médico e cobra uma taxa feroz de cada cliente que o procure. Os ricos se arrumarão. Pagarão a taxa e terão boa assistência. Os pobres – e eles constituem os 99% da cidade – não podendo pagar a taxa, recorrem ao mau médico. Este prospera, está claro, enriquece – mas lucrou com isso a comunidade? Cresceu o índice da saúde geral?”

Monteiro Lobato, sobre liberdade de marcado e protecionismo, em “Mr. Slang e o Brasil”, 1927.

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