O militante da esquerda fundamentalista, Emir Sader, confessou-se decepcionado com o resultado do Fórum Social Mundial, recém terminado no Pará:
“Onde estão as massas nas ruas, mobilizadas pelas ONGs?” – perguntou para expressar seu desencanto.
No mesmo lugar em que estavam quando ele anunciou, em 2005, a excomunhão de Porto Alegre da congregação do politicamente correto, porque os eleitores livremente tinham elegido um prefeito de outras convicções ideológicas, não afinadas com as do sr. Emir Sader.
Desde a primeira realização em 2001, a cidade abrira os braços amorosamente aos participantes do Fórum, imaginado pelo empresário Oded Grajew, empresário bem-sucedido, sensível às carências da vida e aos descompassos do mundo, como alternativa a Davos. “Objetivo – palavras textuais de Grajew – “criar uma nova cultura política quem não seja a antiga, na qual um punhado de pessoas dirige os rumos e determina os conteúdos da ação política”.
Devia ser assim, mas como todas as coisas bem-sucedidas na vida acabam tendo uma enxurrada de pais, Emir Sader dele se adonou e já durante a campanha eleitoral que antecedeu a escolha de José Fogaça para a Prefeitura, ameaçava retirá-lo de Porto Alegre se o eleitor não reconduzisse mais uma vez o candidato petista ao governo municipal. Ou seja, “um punhado de pessoas dirigindo os rumos e mais que conteúdos da ação política, determinando a vontade do eleitor.
Não vou afirmar que eleitor porto-alegrense seja birrento e por isso desafiou Emir Sader. Mais provável é ter percebido que, ao contrário do apregoado pelo Partido dos Trabalhadores e por facções de esquerda, o Fórum não era uma conquista da cidade e da cidadania. Não passava de mero espetáculo ideológico, algo como uma espécie de rodeio de vaqueiros, de propriedade de um grupo identificado mais por sua idiossincrasias do que por suas coerências, só emprestado aos amigos do peito e aos correligionários.
Não fosse assim, Emir Sader não se atreveria a ameaçar o eleitor porto-alegrense. O fato é que, saindo de Porto Alegre, o Fórum Social Mundial nunca mais foi o mesmo. Andou de Seca a Meca, dividido e subdividido por dezenas de sedes e até serviu de palanque para o demagogo Hugo Chaves.
No ano passado, não pôde ser realizado por falta de recursos e este de Belém – palavras do próprio Sader – foi decepcionante.
No contraponto, Porto Alegre reelegeu o prefeito José Fogaça e vai muito bem obrigado. Não serei descortês a ponto de dizer que ninguém sentiu a falta do Fórum Social Mundial. A cidade se propõe a abrigá-lo de novo, sem pedir atestado de ideologia, como o fazem as reles ditaduras.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
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