terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Os rumos de uma notícia - Jayme Copstein

Tomar novos rumos o caso da brasileira que teria sofrido sevícias de “skinheads” em Zurique, Suíça, e em consequência abortado gravidez de gêmeos. O exame médico-legal revelou que o aborto não existiu porque a moça não estava grávida, levantando a suspeita de os ferimentos terem origem em automutilação.

A imprensa deu destaque ao caso. Não podia ser de outra maneira. Brasileiros são maltratados até por autoridades na Europa e dificuldades decorrentes da atual crise acentuaram a xenofobia por todo o Velho Continente. Há precedentes de ataques dos skinheads – não muitos, reconheça-se, na Suíça em particular.

Enfim, cenário, havia. Inaceitáveis, porém, foram comentários furibundos de determinados opinadores que acabam funcionando como incitamento à violência. Como não há abundância de suíços pelas ruas brasileiras, sofrem o telefone público e o torcedor do clube adversário.

Não é este o papel da imprensa nem o de quem nela exerça papel. Não se sabe ainda o desfecho do caso, mas os jornais não terá por que pedir desculpas pelas notícias publicadas. Desde que façam as possíveis retificações com o mesmo destaque, ou seja, guardando proporcionalidade.

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