sexta-feira, 23 de julho de 2010

O baixinho do bar – Jayme Copstein

Sempre há um baixinho pelos cantos de qualquer bar, que não incômoda ninguém, desde que ninguém o incomode. Bom é tomar tento e não querer descontar valentia no seu lombo. Quase sempre dá errado.

O tema, aliás, nem é novo. Simões Lopes Neto já o imortalizou em "Deve um queijo!", cujo personagem, o velho Lessa, "homem assinzinho... nanico, retaco", foi cobrado em um queijo por um castelhano, só porque era baixinho e de Canguçu. Pois o velho Lessa, abaixo de pranchaços de facão, tanto empanturrou o castelhano de queijo que o atrevido saiu ventando porta afora, todo se vomitando e mais, que não foi dito, mas ficou subentendido. No tempo de Simões Lopes Neto, certas coisas não se mencionavam em nome do bom gosto.

Pois tudo me veio à cabeça lendo a insistência de Hugo Chávez em bancar o fanfarrão de bar. Até nem vou dizer que ele devia se mirar em outro valentão, Manuel Noriega, o onipotente caudilho do Panamá, dado a intimidades com o pessoal do pó e que depois de curtir 20 anos de cadeia nos Estados Unidos, começou agora a cumprir mais sete na França.

Pela enésima vez Chávez briga com a vizinhança depois de flagrado dando abrigo a terroristas das Farc e do ELN. Tantas vai fazer que um dia o velho Lessa vai lhe enfiar o queijo pelas fuças adentro.

A flecha do Índio

Desde que a campanha eleitoral começou no Brasil, informalmente como tudo neste país, leio nos jornais os abalizados analista políticos dizendo que José Serra estava caindo na cilada do PT, querendo partir para a briga. Por mais que tenha procurado, não encontrei ainda uma notícia que disso me convencesse.

De repente, surge do nada um Índio da Costa para ser o vice de Serra. Meio minuto depois dos abalizados analistas políticos repetirem a velha piada do "Indio, quem?!?", o Índio-Quem soltou um flechaço que tonteou os adversários. O colunista do Diário do ABC, de São Paulo, Carlos Brickmann, gozou a situação em "Tem curare na flecha do Índio":

"Metralhadora giratória? Erro de cálculo? Não: a flecha de Índio da Costa tem a ponta envenenada e alcançou exatamente os alvos que queria. Primeiro, fez o PT mudar de agenda: os petistas abandonaram os ataques a Serra e passaram a atacar seu vice (que não tem problemas com isso: vice não é votado).

E ampliou uma declaração anterior de Serra, que acusou o Governo petista de não cuidar das fronteiras com a Bolívia, que seria frouxa na repressão ao tráfico de drogas para o Brasil. O presidente boliviano Evo Morales é, como o PT brasileiro e as FARC, o grupo de narcoterroristas colombianos, membro do Foro de São Paulo, grupo que reúne forças latino-americanas que se declaram de esquerda.

Processos contra Índio? Bom para ele, bom para a candidatura Serra. Chances de êxito, pequenas: a ligação entre o PT e as FARC, via Foro de São Paulo, existe, é oficial, está no site do Foro. Basta clicar http://tinyurl.com/23hdoe9 e, depois, escolher Partidos Membros.

Em http://tinyurl.com/272e9hv, assista a um encontro do Foro, com altos dirigentes petistas: José Eduardo Cardozo, Valter Pomar e Marco Aurélio Garcia".

Um comentário:

  1. Tem mais mistérios nos bastidores do PT, que a nossa vã filosofia possa imaginar. Gostei do Índio da Costa: o cara é de atitude.

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