sexta-feira, 30 de julho de 2010

Curiosidades – Jayme Copstein


 

O noticiário sobre a corrupção no Brasil, envolvendo milhões de reais, tornou-se tão banal que o brasileiro acabou perdendo o entendimento do que seja um milhão.

O que significa realmente um milhão? Se alguém contasse em voz alta, 24 horas por dia, sem parar – 1.... 2.... 3.... até um milhão – de maneira a dizer um algarismo ou número por segundo, gastaria nada menos que 12 dias para terminar a enumeração.

O passo normal de uma pessoa, contando do calcanhar do pé que fica para trás à ponta dos dedos do pé que avança, mede em torno de 75 centímetros.

Significa que, se alguém se dispuser a dar um milhão de passos, quando acabar terá percorrido nada menos do que 750 quilômetros.

O exemplo mais contundente refere-se às moedas de um real que manipulamos todos os dias. Têm espessura de dois milímetros (cálculo arredondado para menos, para facilitar o cálculo). Se conseguíssemos empilhar um milhão de moedas de um real, uma em cima da outra, formaríamos uma coluna de 2 quilômetros de altura, ou seja, um edifício de 10 andares.

O dinheiro dos mortos

Mas já que foi referido o dinheiro dos "vivos", falemos também no dinheiro dos mortos – sem aspas. Ainda persiste o hábito, em pequenas cidades do interior, de colocar moedas nos olhos dos defuntos, sob o pretexto de manter suas pálpebras cerradas.

O costume foi herdado dos portugueses, nos tempos coloniais, e mudou com o correr dos anos. Primitivamente se colocava um pão e uma moeda debaixo da cabeça do morto. O pão era para mostrar que não morrera de fome. O dinheiro, para entregar a São Pedro, a fim de que abrisse as portas do céu.

Os portugueses não inventaram esta superstição. Foi herdada dos gregos que acreditavam em um rio subterrâneo,o Aqueronte (Rio das Dores)m separando o mundo dos vivos do mundo do além. Um cão de três cabeças, Cérbero, guardava a porta do reino da morte.

Os gregos punham moedas na boca do defunto e um bolo nas suas mãos. As moedas serviam para pagar Caronte, o barqueiro que fazia a travessia do Aqueronte. O bolo era para acalmar a fúria de Cérbero.

Como a corrupção é tão antiga quanto o homem, as famílias mais ricas enchiam a boca do finado de moedas, na suposição de Caronte o faria passar antes dos demais defuntos.

Com o correr dos tempos, a religião dos gregos, povoada de deuses e deusas muito humanos, foram cedendo lugar a outras crenças. Mas as superstições ficaram, com algumas modificações no ritual e profunda transformação nas justificativas.

A linguagem dos leques

Não se sabe ao certo quem inventou o leque, mas foram os italianos que o introduziram na França no século 17. A partir de então, espalhou-se por toda a Europa e o resto do mundo, predominando majestoso até ser substituído pelos prosaicos ventiladores e condicionadores de ar.

Durante seu reinado, os leques desempenharam papel importante na etiqueta social. Eram instrumento de comunicação secreta entre namorados, na época em que a moral não permitia momentos de intimidade, mesmo que fosse só verbal, entre jovens do sexo oposto.

Em um baile, se um homem olhava uma mulher e ela se abanasse, movendo lentamente seu leque, isso significava – "Você me é completamente indiferente".

Se a moça surgisse à janela, abanando-se, ela estaria dizendo ao namorado que logo iria sair à rua. Se apenas exibisse o leque fechado, era um aviso: – "Não saio hoje".

Se a jovem agarrasse o leque pelo meio, era sinal de alerta. Queria dizer: "Mamãe descobriu tudo. Cuidado!"


 


 

 

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