quinta-feira, 20 de abril de 2006

Bola fora - Jayme Copstein

O tenente-coronel Marcos César Pontes, condecorado ontem com a Ordem Nacional do Mérito pela façanha de ter sido o primeiro turista espacial brasileiro. Ao agradecer a honraria, quando quis defender o governo das críticas da comunidade científica, cometeu uma gafe.
O tenente-coronel, que também não primou pela modéstia na comparação, disse que Santos Dumont, outro pioneiro, também recebeu críticas.
Há redondo equívoco nesta afirmação. Que se pesquisem os jornais da época. Neles só se encontrará o entusiasmo pelas façanhas de Santos Dumont, mesmo antes de conseguir a dirigibilidade dos balões. O máximo que a imprensa externava era preocupação pela imprudência que lhe custou vários acidentes e quase o matou, como aconteceu com a balão nº 5, que caiu no telhado do Hotel Trocadero de Paris, em 8 de agosto de 1901
Mas foi só. O brasileiro era ídolo em todos os paises do mundo. Em Paris, onde vivia, porque era baixinho foi apelidado carinhosamente de Petit Santôs, que em português pode traduzido como Santinhos. Tal como dizemos – o Carlinhos, o Antoninho, e por aí afora.
É duvidoso que possa comparar este currículo com a transcendental conclusão do tenente-coronel, de que não dá para jogar futebol no espaço. Imaginem se desse e a bola batesse em um daqueles computadores de precisão...
Nem é bom pensar...