Zé Dirceu, hábil manipulador de mamulengos, ao fretar um jato para convencer Itamar Franco a concorrer à presidência da República, emite duas mensagens: 1ª – não acredita mais na reeleição de Lula, apesar das pesquisas; 2ª - procura um novo boneco para sua ópera de vivos – o antigo já não tem mais serventia.
O trêfego Itamar possui as medidas exatas do papel. Quando presidente, foi galã na ópera bufa do sambódromo, que deu 15 minutos de fama à garota de programas Lílian Ramos. Já governador das Alterosas, protagonizou o papel principal de Brancaleone no pastelão da moratória mineira, que custou bilhões de dólares e por pouco não leva o país à bancarrota.
É currículo mais do que suficiente para caber nas artimanhas de Zé Dirceu, forjado na mitologia do totalitarismo, como “homem do destino”, modelo Hitler, Mussolini, Stalin ou Mão Tse Tung.
Zé Dirceu também tem as medidas exatas do papel. Herói que jamais verteu lágrima ou derramou gota de sangue de seu – sempre mandou os outros em seu lugar - tem a arrogância messiânica dos êmulos. Cassado e indiciado por corrupção, alegando trabalhar para a iniciativa privada, seja lá o que isso signifique, dá reposta neurastênica a qualquer indagação sobre o aluguel do jato para falar com Itamar: “Será que vou ter de explicar se vou a um restaurante ou compro uma roupa?”
Para Zé Dirceu, são coisas muito parecidas.