As pessoas surpreendem-se com a proximidade, neste ano, da Páscoa judaica e da Páscoa cristã.
Não há motivo para a surpresa. Não há nenhuma coincidência: a Páscoa é a mesma para as duas religiões. A única diferença é que os cristãos acrescentam a ressurreição de Jesus ao comemorar, como os judeus, a libertação do cativeiro no Egito.
O pormenor foi o responsável pelo distanciamento e antagonismo entre cristãos e judeus, hoje já bem mais atenuados. Na verdade, é a mesma fé com seus devotos separados apenas por um tempo de verbo. Os judeus dizem: “O Messias virá.” Os cristãos discordam: “Ele já veio.”
Desta divergência decorrem algumas diferenças de ritual e, também, o cálculo para apurar a primeira lua cheia após o dia 14 do mês hebraico de Nissan, quando os hebreus puderam deixar o Egito. Daí porque as duas datas se aproximam em alguns anos ou se distanciam em outros.
Logo mais, relembrando a redenção, como fazem há milênios – e como Jesus também o fez na ceia em que comemorou a Páscoa com os apóstolos, quando instituiu a Eucaristia – ao partir o pão ázimo, os judeus perguntarão a uma criança por que esta noite é diferente de todas as noites.
A resposta é uma lição da história: por que lembramos os sofrimentos do passado, o amor de Deus que nos resgatou e nos deu por recompensa a liberdade de viver e a alegria da nossa fé em seu nome.
Esta também é a mensagem da Ressurreição de Jesus.
Feliz Páscoa para todos.