sexta-feira, 7 de abril de 2006

Um país gracioso - Jayme Copstein

Lembram-se do Manoel, já falado nestes comentários (Manoel e o Supremo – (30 de março)? Ele mesmo, o grande filósofo lusitano. Perguntado por que portugueses não inventam anedotas sobre brasileiros, respondeu: “Precisa?!”.
Ontem dei uma carona ao Manoel, justamente quando o rádio transmitia a Voz do Brasil. Ouvimos muito atentos a notícia de que o Censo Legislativo Brasileiro, realizado no ano passado, trouxe revelações interessantes. Por exemplo, desde o último Censo do IBGE, o número de municípios brasileiros aumentou de 5559 para 5564, cinco a mais.
Mas a notícia fez também revelações preocupantes. Apenas em torno 4% de todos os que atuam nas câmaras municipais brasileiras, têm curso universitário. Em mais de 95% dos casos, leis e orçamentos são feitos por leigos, sem a assistência técnica de advogados e contabilistas. Imaginem o que pode sair daí em termo de lagalidade.
Mas houve igualmente revelações estarrecedoras: número significativo de câmaras municipais brasileiras sequer tem sede e personalidade jurídica. Não funcionam. Só existem para pagar proventos de vereadores e seus agregados.
Nesse momento olhei para o Manoel. Pensei que, finalmente, ele ia inventar uma anedota. Enganei-me. Com um doce sorriso, ele murmurou: “Hum!... Que país gracioso!”

3 comentários:

  1. Jaime
    Se é um país gracioso, por que estou enojada?
    Te vi no CAntonio. Gostei do espaço
    abs

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  2. Porque é ele é uma piada de mau gosto.
    Precisávamos mudar isso.
    abs

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  3. Anônimo3:32 PM

    Não tem país que dê certo assim.
    Mattos

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