Ninguém tem certeza da influência que as pesquisas de opinião exercem sobre o eleitor. Parecem funcionar como a guerra de torcidas organizadas do futebol. O grito das arquibancadas, porém, nunca decidiu o resultado de uma partida.
Como não há maneira do brasileiro se libertar de seus mitos e superstições, os jornais refletem esse espírito com interpretações que não fecham com os próprios números que publicam. Exemplo, a mais recente pesquisa do Datafolha, publicada pela Folha de São Paulo, com o título de “Lula amplia para 11 pontos a vantagem sobre Alkimin”.
A pesquisa, com margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, diz que, após o debate de domingo, as intenções de voto declaradas em Luiz Inácio Lula da Silva subiram de 50 para 51% e as de Geraldo Alkimin desceram de 43 para 40%. Os votos em branco, nulos e as indecisões também oscilaram, para cima, mas apenas um ponto percentual.
Considerados os dois por cento da margem de erro, o máximo que se pode dizer desta pesquisa é que o debate de domingo não produziu nenhuma mudança na opinião dó eleitor. Como aliás, a própria Folha de São Paulo noticia em matéria correlata, sob o título “(...)Debate na televisão terminou empatado”.
As conclusões são lógicas: 1ª) O erro das pesquisas de opinião não é dos institutos especializados; 2º) Não só os economistas passam a vida a explicar porque suas previsões nunca dão certo. Os jornalistas, também. Pelo menos, deviam.
quarta-feira, 11 de outubro de 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário