Permitam-me o velho lugar comum: pano pra mangas. É a conseqüência do despreparo da Agência Nacional de Aviação Civil para lidar com emergências indesejáveis mas previsíveis, como esta do avião da Gol. Temos uma quantidade inusitada de manifestações de ouvintes, perplexos e indignados diante do episódio.
Transcrevo algumas das mensagens recebidas. Não identifico remetente por outro fenômeno que eu mesmo não havia identificado antes: apesar da democracia plena, as pessoas estão com medo de represálias, o que não se observava em outros governos. É tema para profunda reflexão.
Vamos às mensagens. Do interior do Rio Grande do Sul, Região da Serra: “É lamentável o despreparo da Anac em relação ao acidente da Gol. São tantas as especulações geradas pela desinformação do governo, que até penso se quando houve a colisão, o Boeing da Gol já não estava caindo.”
De São Paulo,Capital: “Em um espaço aéreo como o da Amazônia é estranho que tivessem ordenado às aeronaves voar com 1.300 pés de altitude entre elas. Isso é diferença de altitude para o tráfego de Guarulhos/Congonhas/Viracopos. Não para aquela área.”
De Florianópolis, Santa Catarina: “A Amazônia está toda monitorada pelo SIVAM, ou assim nos foi dado a entender. Será que o governo cortou o dinheiro do SIVAM? Ou alguém estava na área fazendo algo escondido e o sistema de radar foi tirado do ar?
De Porto Alegre, Rio Grande do Sul: “Acho que tenho a resposta: Falha do sistema de controle de trafego aéreo na região. O sistema de radares vive em manutenção. Utilizo o sistema de radares da Redemet (http://www.redemet.aer.mil.br), que é a mesma rede do controle aéreo e muitas vezes o sistema está parado. O despreparo do presidente da Anac é evidente. Até agora não entendi por que trocaram o DAC pela Anac? Para criar cabides aos amiguinhos? “
Se todas as objeções dos ouvintes tem fundamento, só o Governo é que pode esclarecer. Que ele o faça para cumprir o seu dever com os cidadãos deste país..
terça-feira, 3 de outubro de 2006
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