O dia seguinte à eleição presidencial devolve o brasileiro ao que ele mais gosta – a arquibancada, onde dá palpites, cria boatos, faz certezas de suas meras especulações, com direito a aplaudir o nosso time e xingar o do adversário.
Desta vez, começou com os ministros Tarso Genro e Luiz Marinho, proclamando, domingo, quando a certeza da reeleição de Lula tornou-se matemática, que a Era Palocci havia terminado.
Ora, todos nós pensávamos que o prestígio de Palocci, como guru da economia, que ele nunca foi, havia acabado quando, com o rabo entre as pernas, foi obrigado a demitir-se no seguimento do vexatório episódio do caseiro Francenildo Costa.
O que se reflete nas palavras dos ministros Tarso Genro e Luiz Marinho é a mentalidade entranhada na alma do brasileiro, moldada ainda no tempo do Brasil Colônia, de submissão à figura de El-Rei todo poderoso ou de seu preposto-fidaldo que lhe transmite as ordens.
O programa de estabilização das finanças brasileiras, o Plano Real, não nasceu na cabeça de Palocci, tampouco na de Pedro Malan, ministro durante oito anos, ou do próprio Fernando Henrique Cardoso, quando ministro de Itamar Franco. Foi elaboração de uma equipe de economistas, da qual faziam parte Pérsio Arida, André Lara Resende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha, Clóvis Carvalho e Winston Fritsch, alguns dos quais a maior parte das pessoas nunca ouviu falar nem sabe de quem se trata.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado duro aos dois ministros: a política econômica é do governo.
Em outras palavras: “Toca de volta para a arquibancada. O dono do espetáculo sou eu!”
terça-feira, 31 de outubro de 2006
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