O país assistiu ontem ao primeiro debate, desde a redemocratização, que merece este nome. Fosse por inexperiência, porque não era prática da política brasileira antes de 1964, o que se tinha visto até agora era um guerra de marqueteiros, explorando mitos da tevê norte-americana sobre roupas e gravatas, temperados com carnaval, macumba e circo. Fernando Collor de Mello e Anthony Garotinho são as lembranças mais patentes deste passado.
Ontem, não. Para surpresa de todos, o candidato Geraldo Alkimin trouxe à discussão, desde o princípio, as preocupações do eleitorado não engajado, aquele que responde pesquisas, afirmando que vai se abster ou ainda cita um nome, só por citar, mas só toma sua decisão definitiva às vésperas da eleição.
Foi a partir destes temas – corrupção, gastos públicos, moralidade, enfim, coisas que andam na boca de todos – que o debate tomou o seu rumo e não deve sofrer mudanças nos 20 dias restantes da campanha.
Se ontem houve vencedor, as pesquisas devem sugerir algo nos próximos dias. A esta altura dos acontecimentos, os institutos especializados vão redobrar o zelo para se resgatar das interpretações fantasiosas que permitiram fazer no primeiro turno.
As cartas estão na mesa. A realidade já demonstrou cabalmente que o eleitor brasileiro não é tão otário, a ponto de engolir todos os blefes.
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário