O competente advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos, nas horas vagas ministro da Justiça, tem trabalhado com afinco para ocultar a origem do dinheiro apreendido com os trapalhões do dossiê. Suas alegadas dificuldades de decifrar o mistério provocam risadas diante a rapidez com que se identificou o delegado federal, responsável pelo vazamento das fotos da montanha de dólares e reais.
Chama a atenção, entretanto, algo surgido e desaparecido do noticiário como um cometa: os dólares tinham vindo de Frankfurt, Alemanha. Umas poucas linhas e nunca mais se falou nisso.
Faz lembrar o que ocorreu em 1967, quando começaram as primeiras agitações do MST, instituído como herdeiro dos Afogados do Passo Real, aqui no Rio Grande do Sul. O falecido jornalista Pércio Pinto, diretor do Grande Jornal Ipiranga, transmitido pela extinta TV Piratini, conseguiu descobrir que o dinheiro para financiar o movimento chegava através um banco holandês, sob o rótulo de doações humanitárias de organizações francesas e alemãs.
A notícia não pôde ser divulgada então, porque a censura do regime militar vetou. Conheço o fato porque eu era o secretário de redação do “Ipiranga”.
Jamais conseguimos descobrir os motivos da proibição. Passados quase 40 anos, porém, pergunto-me se aquele dinheiro e este que hoje financia aventuras políticas na América Latina, não têm origens e objetivos idênticos e se não são parte do mesmo enigma.
quarta-feira, 4 de outubro de 2006
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