quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Mantega, o travesso - Jayme Copstein

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, está apostando todas as suas fichas em crescimento econômico, fermentado com o aumento do crédito à população de baixa renda, para estimular o consumo de supérfluos.
É a demagogia mais antiga que se conhece neste país, com uma única serventia: ganhar eleição. José Sarney, cujo governo de triste memória deteriorou o Brasil, que o diga.
Teoricamente, o aumento das vendas traz aumento da receita de impostos e tapa todos os rombos do governo, que têm mais a ver com mensalões, dossiês e despesas secretas de cartões de crédito do que com a espoliação internacional.
Na prática, porém, mais adiante, o esquema estoura porque aos endividados da benemerência governamental falta renda para continuar gastando e pagar os compromissos assumidos. O consumo diminui, reduzindo a receita dos impostos. O remédio é mais tributos e inflação.
A primeira arte já está em andamento. O próprio ministro Mantega reconheceu em conversa, ontem, com empresários paulistas. Ele não tinha como negar o brutal aumento dos impostos neste último ano, atingindo a marca cavalar de 37,37 por cento do PIB. No ano passado representou mais de 724 bilhões de reais extorquidos do bolso do brasileiro.
Mais tarde, talvez de orelhas puxadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Guido Mantega voltou atrás: estava brincando quando falou que tinha havido aumento.
Com o devido respeito a uma autoridade da República, não é só com os números da receita que Mantega está brinca. Também está cometendo travessuras como ministro da Fazenda. Quem vai pagar a conta somos nós.

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