quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Chaves no Mercosul - Jayme Copstein

"Se existe preocupação com a evolução democrática ou dos direitos humanos na Venezuela, a forma para equacioná-la é inseri-la nos mecanismos de defesa da democracia existentes no Mercosul". A frase não é de Madre Teresa de Calcultá, colhida em alguma sessão espírita, mas do obediente senador Romero Jucá (PMDB – Roraima), líder do Governo, defendendo a entrada da Venezuela de Hugo Chaves no MERCOSUL.

Jucá apenas repetiu argumento que seria calhorda, não escondesse o servilismo ideológico do diplomata amador Marco Aurélio Garcia, mentor dos fiascos que o Itamaraty tem protagonizado nos últimos tempos. Ele precisava apenas fazer alguma figuração na sessão do Conselho de Relações Exteriores do Senado, pois contava mais que o dobro dos votos oposicionisas. A aceitação de Chaves eram favas contadas. Mas o próprio Jucá não acredita que a cegonha traga as criancinhas e para esconder que apenas cumpria ordens, acabou discutindo asperamente com alguns de seus colegas, para liquidar a questão. Parecia ter pressa em aprovar o ingresso e sair correndo para acompanhar Lula na visita que faz hoje a Chaves, para lhe dizer: "Missão cumprida, chefe! Qual a próxima tarefa?.

O Mercosul não é nenhum sucesso porque já nasceu torto – e coisa melhor não se poderia esperar das mãos de Zé Sarney, então governando o país por azar de todos nós. Na prática só favoreceu a indústria pesada paulista, com grandes prejuízos para a agricultura do Rio Grande do Sul, notadamente a rizicultura que teve de enfrentar o pesado contrabando de arroz praticados pelos "hermanos", e também a triticultura, arruinada por longos anos e só agora começando a recuperar seu terreno. Isso, sem falar no contumaz desrespeito dos argentinos do que resultou a falência da nossa indústria calçadista.

Afora a calhordice da conversão de Chaves ao bom mocismo, outro argumento falacioso do Governo brasileiro é o desempenho da Venezuela na balança comercial com o Brasil. De fato, as importações venezuelanas do Brasil multiplicaram-se por oito nos últimos anos, mas isso só aconteceu porque Chaves rompeu com o Pacto Andino. Ele não tem temperamento para conviver em organizações democráticas. Manda, não pede, grita, ameaça, bagunça, desagrega e está ansioso por alguma aventura bélica que o consagre como o novo Napoleão das Américas.

Esperar que Chaves faça seu discurso de ingresso no Mercosul com um saco de cinzas na cabeça, como os reis quando se penitenciavam ante o Papa em Canossa, é acrescentar Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa ao mito da cegonha. É só o que falta para terminar de vez com o MERCOSUL de Sarney.

Contra as drogas

Quem é contra a liberação das drogas tem encontro marcado npo Bric da Redenção neste domingo. Por iniciativa da Juventude Revolução, Pastoral da Juventude e do Grêmio Estudantil da Escola Técnica de Portão, haverá caminhada de protesto. Os jovens querem alertar as autoridades e a sociedade que desejam uma vida sadia – formação moral e intelectual, e diversão sadia – e não ficar à mercê de bandidos traficantes. Concentração às 10 da manhã no Monumento ao Expedicionário.