sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Obama e o Nobel da Paz – Jayme Copstein

O presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, mostrou-se surpreso, como todo o mundo pela outorga do Prêmio Nobel da Paz. Ainda não completou sequer um ano de mandato e toda sua pregação pela melhoria das relações internacionais não saíram até agora do terreno das boas intenções. Pelo andar da carruagem, é forte candidato a repetir os fiascos de Jimmy Carter, cujo mandato encerrou-se melancolicamente com a humilhação imposta pelo aiatolás do Irã.

Chama a atenção a euforia das nações européias festejando a outorga como aplauso e estímulo ao comportamento politicamente correto de Obama, como se lhe repetissem o afago feito por ele a Lula – "este é o 'cara'. A condescedência cheira a hipocrisia.

Não demora, a lua-de-mel vai acabar. Além do irresponsável suprimento de tecnologia nuclear para produzir armas de guerra aos fundamentalistas islâmicos, os europeus andam com suas garras voltadas para a América Latina, aplicando aqui o mesmo figurino com o qual há séculos devastam a África. Enquanto apenas alguns beleguins, tipo Chaves e seus acólitos, brincam de Napoleão, tudo é divertido e pode ser levado "numa boa". No momento em que for ara valer, Obama terá de mostrar se é o líder que vai corrigir as besteira de Bush, porém sem pedir atestado politicamente correto ao velho imperialismo europeu, ou se é apenas mais um cara bem de papo, passando conversa.

Agora, sim...

Como dizia aquela outra figura impoluta, caráter sem jaça da política nacional, Ademar de Barros (o pai), quando se candidatava à presidência da República: "Agora vamos". Pois Sua Excelência, o digníssimo ministro da Justiça da República do Brasil, dr. Tarso Genro, finalmente esclarece que o pais tem lei e tem Constituição. Ainda bem, porque ninguém sabia disso e a esse vácuo jurídico atribuía a liberdade com que o MST se move, de Norte a Sul, destruindo e roubando patrimônio privado e público.

Pena que Sua Excelência tinha esta certeza como segredo bem guardado porque, em março deste ano, não via "nenhum índice de aumento de violência" nas ações do MST, conforme declarou aos jornais, justificando: "O que ocorre é a mobilização dos movimentos sociais e em determinadas circunstâncias de maneira mais arrojada."

Enfim, são águias passadas. Como diz nosso grande Guia Espiritual, é zero a zero, bola ao centro. Agora vamos, já que Tarso Genro é candidato ao governo do Rio Grande do Sul. Temos certeza que, após rigoroso inquérito para apurar os responsáveis, providências exemplares serão tomadas, "duela a quien duela", segundo outro grande patriota desta Nação, Fernando Collor de Mello, aliado do Governo.

Estamos todos à espera, ansiosos, porém sentados por precaução.

Ditos e achados

"Onde o caráter não é grande, não há grande homem. Há apenas ídolos ocos para a vil multidão: o tempo os destrói juntos". Romain Rolland.