segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Repetição da História – Jayme Copstein

A revelação surpreendente do fim de semana ficou por conta das origens judaicas do rancoroso presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Notabilizado pela negação do Holocausto de Hitler e pregação de extermínio de Israel, nasceu judeu, quarto filho de homem muito pobre que tentou ganhar a vida como ferreiro, barbeiro no interior do Irã, antes de se mudar para Teerã onde se converteu ao islamismo, mudando o sobrenome israelita Sabourjian para Ahmadinejad.

Comentando a notícia para The Telegraph (http://www.telegraph.co.uk/), Ali Nourizadeh, membro do Centro de Estudos Árabes e Iranianos, observou que "toda a família que se converte a uma religião diferente adquire nova identidade condenando sua fé antiga". Isso é verdadeiro não só em relação ao judaísmo, mas a qualquer confissão religiosa, desde que a conversão resulte de coação. Muitos cristãos novos da Espanha e de Portugal incutiram nos filhos sentimento antijudaico e os estimulavam a manifestá-lo publicamente para escapar de processo por retorno secreto às práticas heréticas.

Até onde isso tem importância maior é tema de debate. As pessoas estão sempre a favor ou contra alguma coisa, gostam de umas, detestam outras, enfim, é da vida. O problema se coloca quando o personagem do drama é um sociopata capaz de apelar a demônios externos para sufocar fantasmas interiores. Foi o caso de católico romano Torquemada, também com origens judaicas, mentor da Inquisição Espanhola, que mandou para a fogueira número incontável de judeus e muçulmanos.

É onde se encaixa Mahmoud Ahmadinejad (seria ele Isaac ou Jacob Sabourjian? Até que não soava mal) com sua negação do Holocausto de Hitler e pregação de extermínio contra Israel. Algo no estilo:"Ele não, mas eu farei". Hitler não escondeu o que pretendia fazer. Antecipou em "Mein Kampf", mas ninguém acreditou e por isso ninguém tentou evitar. Ahmadinejah está fazendo o mesmo. Será que de novo não vão acreditar?