terça-feira, 21 de março de 2006

Golpe de mestre - Jayme Copstein

Enquanto Germano Rigotto, tentava ser candidato do PMDB à presidência da República, trajando o figurino do bom menino, Anthony Garotinho, que não se chama Garotinho, criava uma fórmula mágica vencer a prévia eleitoral, também sem nenhum valor, graças às artimanhas de Zé Sarney, que nem Sarney se chama.
Foi um golpe de mestre. A fórmula criada por Garotinho e seus assessores não encontra semelhança em nenhum outro sistema eleitoral conhecido no mundo. Ele simplesmente escolheu os Estados em que o PMDB tem maior bancada e lhes atribuiu um peso maior, de forma que, só para exemplificar, um voto em Alagoas valesse por 106 votos no Rio Grande do Sul ou 17 em São Paulo. Enquanto Rigotto bom menino postulava a maioria dos votos, Garotinho tratou apenas embolsar os votos engordados pela sua fórmula. nesses Estados.
Rigotto está visivelmente magoado com a derrota. Não tem por quê. Quem vai a baile de cobras sem perneiras, não tem do que se queixar. Resta saber é o desfecho desta patacoada, quando se defrontarem Garotinho, que não se chama Garotinho, e Sarney que não se chama Sarney e só deseja atrelar o PMDB à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
Tudo muito parecido com aquelas sensacionais lutas livres entre Fantomas e Verdugo, marmelada pura, como todos sabiam, mas acompanhavam com entusiasmo. O vencedor era definido pelos empresários, sempre com vistas à revanche. No caso Garotinho versus Sarney, quem vai decidir será o Judiciário de Nelson Jobim.
Haja cachorro-quente e cerveja para o espetáculo.

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