sábado, 25 de março de 2006

O rebolado da Caixa - Jayme Copstein

Deve ter gente graúda envolvida na violação do sigilo bancário do caseiro Francelino Santos Costa. Do contrário, a direção da Caixa Econômica Federal não andaria com tantas voltas para revelar os autores do crime.
Qualquer pessoa, com noções elementares de informática, sabe que a apuração de casos como esse é instantânea. Quando a megassena acumula e há milhões de apostas recolhidas em dezenas de milhares de terminais, a apuração dos vencedores é uma questão de horas. Por que, então, a demora, quando conhecida é a hora da violação, conhecido também o terminal e quem o usou?
O único motivo para a embromação é encontrar algum militante voluntário que se disponha a pagar o pato, para salvar o cappo de tutti cappi. O problema, além do coice na Constituição, é a perda da confiança que o público deposita na Caixa Econômica Federal, a qual nunca, na história deste país, como gosta de dizer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fora envolvida em escândalos.
Há muito tempo correm pela Internet, insinuações de vícios nos sorteios das loterias. Eu próprio tenho defendido a instituição, por crer com firmeza que uma falcatrua de tal porte, mesmo possível, seria difícil pelo número de pessoas a envolver. Não haveria segredo que resistisse a tanta gente.
Depois desse caso do caseiro, entretanto, a investigação deve ser mais ampla e também envolver as loterias. Quando o reles mistério de quem acessou uma continha merrequenta se mostra tão indecifrável, vem à baila a desgastada figura da mulher de César. Ela pode ser séria, mas andar rebolando as ancas por escuridões, não a ajuda a parecer séria.

Um comentário:

  1. Anônimo5:39 PM

    Excelente artigo. Parabéns! Como funcionária aposentada da CEF estou enojada com a lama que se espalha pela instituição e só imagino quanta sujeira mais deve ter nesse "desgoverno petista".A polícia política se instalou em todas as instituições do país. É urgente (prá ontem) fazer uma limpeza.

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