É evidente que Joseph Ratzinger, padre alemão, hoje papa Bento XVI, está na alça de mira de determinados setores da política internacional. Sofre a campanha denigratória, desde sua convocação pelo antecessor João Paulo II, para preservar e promover a doutrina católica como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
O então cardeal Ratzinger foi escolhido porque João Paulo II tinha de enfrentar a indisciplina que ameaçava a unidade da Igreja de Roma, no fim dos ano 70. Foi a época de grandes rebeldias na Europa, com destaque na Alemanha, do movimento liderado pelo teólogo Hans Küng, que na América Latina pretendia adotar o marxismo como método de análise da realidade política e religiosa.
Assessor dos bispos progressistas alemães durante o Concílio Vaticano II, chegando a ser tido como teólogo de vanguarda, ao considerar excessos, como a utilização do Sermão da Montanha para embasar a pregação da luta de classes, Ratzinger recuou em suas posições e passou a ser considerado um ultraconservador.
Data de então, em torno de 1980, o apedrejamento impiedoso a que vem sendo submetido, culminando às vésperas de sua eleição para o papado, com uma nota biográfica que o aviltava, lida por dóceis repórteres de uma grande rede de tevê, apesar de ter circulado dias a fio pela Internet.
O espantoso de tudo isso é a cumplicidade do silêncio com que se assiste à insultuosa arremetida de alguns fundamentalistas islâmicos – não é todo o Islã – alguns fundamentalistas, repita-se, devidamente manejados pelos mesmos setores da política internacional, especialistas em incitar fanáticos em qualquer parte do mundo.
O que todos deveríamos exigir, neste momento, é um mínimo de respeito ao líder religioso de maior importância do mundo ocidental. Chega de tão abjeta submissão.
Comentários:
Eduardo: Li e reli o seu texto, e concluo: não sei por porque, o senhor omitiu a causa desta reação muçulmana. O Sr. pelo menos, deveria, a bem da verdade, citar o que foi dito por Ele, o Papa, na Alemanha, acerca do credo muçulmano. Já vivemos, este período delicado nas relações entre oriente e ocidente, e pessoas como o Papa, deveriam, pelo menos, manter a serenidade.
A.H:Parabéns por teu "O Papa na alça de mira". Realmente, chega de tanta submissão ao 'politicamente correto' que enaltece todas as culturas não-ocidentais EM DETRIMENTO da nossa.
a.h
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
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O Papinha vai pagar caro por falar demais. Não sou muçulmano e nem católico, mas é certo que estas religiões se mereçem. Outra cruzada e espero que se exterminem, deixando o mundo menos problemático.
ResponderExcluirParabéns por teu "O Papa na alça de mira". Realmente, chega de tanta submissão ao 'politicamente correto' que enaltece todas as culturas não-ocidentais EM DETRIMENTO da nossa.
ResponderExcluira.h
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"Quando somos forçados a escolher, devemos colocar a liberdade acima da igualdade; porque a ausência de liberdade necessariamente leva à forma mais grosseira de desigualdade e de injustiça: o despotismo"
Karl Popper
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http://anselmoheidrich.blogspot.com/
Li e reli o seu texto, e concluo: não sei por porque, o senhor omitiu a causa desta reação muçulmana. O Sr. pelo menos, deveria, a bem da verdade, citar o que foi dito por Ele, o Papa, na Alemanha, acerca do credo muçulmano. Já vivemos, este período delicado nas relações entre oriente e ocidente, e pessoas como o Papa, deveriam, pelo menos, manter a serenidade.
ResponderExcluirSem dúvida há que se manter a serenidade: sem ela não existe diálogo e entendimento. Parece-me que a tese de Caio Blinder, exposta no programa Manhattan Connection, faz sentido: João Paulo II notabilizou seu pontificado promovendo a crítica ao marxismo, à epoca da Cortina de Ferro, e Ratzinger pretende marcar sua passagem propondo um debate aberto com o Islã. Portanto, seu discurso ácido teria sido proposital, a fim de repercutir e provocar reações.
ResponderExcluirEm teologia, os debates costumam ser passionais, mas quando a racionalidade é abolida abre-se a seara indigesta do fanatismo, nefasto em qualquer que seja a religião. O Papa não se retratou publicamente em relação a seu discurso, mas pode e até deve explicar seu ponto de vista pessoalmente junto a cada líder islâmico inteligente que aceitar o desafio sadio de argumentar e defender idéias à luz do espírito democrático. Concordar ou discordar, mais que um direito, é um príncipio. Trata-se de condição fundamental para o diálogo e o entendimento.