O que foi dito e repetido nestes comentários ao longo do tempo, com reações descabidas e até grosseiras de parte de alguns poucos ouvintes, confirmou-se anteontem. O Tribunal Superior Eleitoral liquidou a questão: eleitor anulando voto, não anula eleição.
Os fundamentos foram os mesmos usados aqui: anulam a votação, fraudes e irregularidades que falsificam a intenhção do eleitor. Se ele está dizendo, porém, que não deseja votar em ninguém, apenas está se abstendo, não está anulando nada.
A interpretação do Tribunal Superior Eleitor, entretanto, não esclarece outro ponto importante da questão, se o eleitor conseguisse aquilo que parece ter em mente: anular sucessivamente todas as eleições, até que se lhes apresentassem candidatos considerados aceitáveis.
Já que estamos lidando com ficção, suponhamos que acontecesse. Eleição anulada, sem candidatos eleitos para novos mandatos, para evitar que o país desandasse no caos, sem nenhum governo e, portanto, sem nenhuma autoridade para o governar, a única solução seria manter justamente personagens que ele tanto deseja varrer de cena.
Seria, sem tirar nem pôr, o autêntico tiro pela culatra.
Comentários:
Eduardo Weiss (Porto Alegre, RS): A apologia ao voto nulo,por certo,não é promovida por pessoas humildes,aquelas que de boa fé esperam que as casas legislativas atuem com decência e trabalhem em prol de melhorias para o cidadão.Aqueles que promovem o voto nulo sabem que a civilização é dividida em duas eras:antes e depois da Política.É muito ardilosa a tentativa de ridicularizar um Congresso carunchado tentando dissociá-lo da sociedade que o elege,como se esta fosse um grandioso e belo fruto cujo sumo fosse o bem comum.Passar a faca no Congresso e expor suas chagas é,também,felizmente,um exercício próprio da Política.Criticar,aperfeiçoar,defender interesses individuais e coletivos- sempre complexos e heterogêneos em uma sociedade democrática e plural - e insistir em evoluir como nação civilizada são atitudes que enobrecem a prerrogativa de votar e assumir a resposabilidade de ser um ator dentro deste processo.É muito mais doloroso cortar o tecido da sociedade e perceber que este fruto dá cria lá em Brasília e é urgente denunciar a razão pela qual a corrupção tornou-se endêmica e "ùtil" para muitos.Se a árvore é a mesma,então urge que melhoremos seus frutos,começando por fortalecer suas raízes e seu caule,votando e assumindo nossas escolhas.Se partirmos ao meio o fruto dos apologetas do voto nulo,lá estará a pior de todas as chagas,aquela que debocha da democracia fazendo-se passar por inofensiva,quando na verdade é um mal que propõe a autofagia do sistema político democrático,o único,aliás,que permite tal apologia estúpida e irresponsável.
sexta-feira, 8 de setembro de 2006
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A apologia ao voto nulo,por certo,não é promovida por pessoas humildes,aquelas que de boa fé esperam que as casas legislativas atuem com decência e trabalhem em prol de melhorias para o cidadão.Aqueles que promovem o voto nulo sabem que a civilização é dividida em duas eras:antes e depois da Política.É muito ardilosa a tentativa de ridicularizar um Congresso carunchado tentando dissociá-lo da sociedade que o elege,como se esta fosse um grandioso e belo fruto cujo sumo fosse o bem comum.Passar a faca no Congresso e expôr suas chagas é,também,felizmente,um exercício próprio da Política.Criticar,aperfeiçoar,defender interesses individuais e coletivos- sempre complexos e heterogêneos em uma sociedade democrática e plural - e insistir em evoluir como nação civilizada são atitudes que enobrecem a prerrogativa de votar e assumir a resposabilidade de ser um ator dentro deste processo.É muito mais doloroso cortar o tecido da sociedade e perceber que este fruto dá cria lá em Brasília e é urgente denunciar a razão pela qual a corrupção tornou-se endêmica e "ùtil" para muitos.Se a árvore é a mesma,então urge que melhoremos seus frutos,começando por fortalecer suas raízes e seu caule,votando e assumindo nossas escolhas.Se partirmos ao meio o fruto dos apologetas do voto nulo,lá estará a pior de todas as chagas,aquela que debocha da democracia fazendo-se passar por inofensiva,quando na verdade é um mal que propõe a autofagia do sistema político democrático,o único,aliás,que permite tal apologia estúpida e irresponsável.
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