Não se consegue entender como alguém do gabarito de Marcos Vilaça, intelectual cuja folha de serviços à cultura o levou à Academia Brasileira de Letras, tenha se equiparado a políticos do jaez do maranhense Demóstenes Torres, presidente da Comissão de Ética do Senado, que pretendeu amorcegar a punição de três colegas sanguessugas.
Ministro antigo do tribunal de Contas da União, Vilaça quis também, nem mais nem menos, pôr em banho-maria outra monumental falcatrua protagonizada pelo atual governo da República. O escândalo envolvendo no mínimo 11 milhões e 700 mil reais, pagos por um milhão e 900 mil revistas de promoção pessoal do presidente da República que nem teriam sido impressas, de um total encomendado de 3 milhões unidades.
Afora o superfaturamento – em torno de 2,25 reais por revista acima do preço de mercado, tentando um versão tipo Operação Uruguai de Fernando de Collor de Mello, o por demais conhecido ministro-chefe daSecretaria de Comunicação da Presidência da República, Luiz Gushiken, envolveu o Partido dos Trabalhadores, alegando que seus diretórios regionais e municipais distribuíram quase um milhão dessas publicações evaporadas. Pior a emenda que o soneto: implica outro crime, qual seja o da utilização da máquina pública para promoção pessoal.
Neste panorama, a tentativa do ministro Marcos Vilaça, de sustar o processo, antes mesmo que Tribunal de Contas da União discutisse o caso, é uma façanha que ele não tinha direito de incluir em sua biografia. O próprio TCU repôs tudo nos trilhos: o ministro Luiz Gushiken e as agência de Duda Mendonça e de Paulo de Tarso Santos receberam o prazo de 15 dias para devolver ao Tesouro a montanha de dinheiro escamoteada.
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
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