terça-feira, 26 de setembro de 2006

Razão e fanatismo - Jayme Copstein

O jornalista e escritor Eduardo Weiss, que honra o nosso Brasil na Madrugada com sua audiência, escreve sobre reação de determinados setores do islamismo às palavras do Papa Bento XVI.
São procedentes as considerações do Eduardo Weiss. Ouçam:
“Sem dúvida há que se manter a serenidade: sem ela não existe diálogo e entendimento. Parece-me que a tese de Caio Blinder, exposta no programa Manhattan Connection, faz sentido: João Paulo II notabilizou seu pontificado promovendo a crítica ao marxismo, à época da Cortina de Ferro. Ratzinger pretende marcar sua passagem propondo debate aberto com o Islã. Portanto, seu discurso ácido teria sido proposital, a fim de repercutir e provocar reações.
Em teologia, os debates costumam ser passionais, mas quando a razão é abolida, abre-se a seara do fanatismo, nefasto seja qual for a religião. O Papa não se retratou publicamente em relação a seu discurso, mas pode e até deve explicar seu ponto de vista pessoalmente junto a cada líder islâmico inteligente que aceitar o desafio sadio de argumentar e defender idéias à luz do espírito democrático. Concordar ou discordar, mais que um direito, é um príncipio. Trata-se de condição fundamental para o diálogo e o entendimento.”
O noticiário recente nos dá conta de reunião de Bento XVI com líderes islâmicos, para debater a questão da coexistência pacífica de todas as religiões. O que chama a atenção são as distorções da natureza do incidente, com o claro objetivo de tornar as religiões instrumento de luta pelo poder.
A advertência do jornalista e escritor Eduardo Weiss toca no fundamento da questão: “quando a racionalidade é abolida, abre-se a seara do fanatismo, nefasto seja qual for a religião”. Ao que pode ser acrescentado: também quando a razão é substituída pela safadeza, seja qual for a ideologia.

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