O novo ministro da Agricultura já está aí há tempo, mas como não disse ainda a que veio, vai continuar novo até que mostre serventia. Quando visitou a Expointer na semana passada, porém, não alimentou esperanças de que tal aconteça tão cedo. Afora irritar o presidente da Farsul, com a obsessiva e obcecada arremetida contra o agronegócio, fez lembrar, também, uma história ouvida nos anos 40.
Um fazendeiro, entusiasmado com a potencialidade do linho como cultura, coisa lida em jornal, decidiu contratar o autor do artigo, ainda mais porque ele defendera tese com distinção passara a ser considerada a maior autoridade nacional sobre o assunto.
A contratação do grande especialista não foi difícil nem demorado. Bastou o fazendeiro ir a São Paulo, oferecer-lhe um salário generoso.
Lá se tocaram os dois para o interior, naquela época de trem, e para amenizar a monotonia da viagem, entraram a conversar sobre o abençoado linho. O especialista jorrava conhecimentos. Não precisava sequer de varinha de condão para o prodígio. Apenas faltava, sim, descer em terra firme e ordenar o “crescei e multiplicai-vos” do Linum usitatissimum, nome latino do linho de que se faz papel, pano, corda, forragem do gado, e óleo para fabricar verniz, tintas e sabão.
Pois a coisa deslizava sobre o trilho da bem-aventurança, quando o trem começou a atravessar um lindo campo, pejado de pequenas flores azuis e cápsulas globosas, raro espetáculo de cores e luzes que haveria de fazer as delícias dos gênios da pintura,
Calou-se o grande especialista. Extasiado, perguntou com a voz\ embargada de emoção, como nos velhos romances: “Essas flores!... Que lindas! Que flores são essas?
O fazendeiro olhou incrédulo, achando que o especialista estava gozação. Mas quando se convenceu de que não, de que falava sério, fechou a carranca e ordenou: “O senhor vai pegar a sua bagagem, descer na próxima estação e sumir dos meus olhos sem dar um pio. Essa florzinha azul que o senhor não sabe o que é, é justamente a da sua especialidade – a flor do linho”.
Tenho a impressão de que, quem contou essa história, falou que a estação onde o especialista desceu, chamava-se 1º de outubro. Em homenagem ao padroeiro São Gastão, um jovem francês de família nobre que, no século 16 – faz tempo isso – foi ordenado padre sem saber nada de cristianismo. Nem batizado era. É que havia muita falta de sacerdotes.
Bom, essa história está comprida demais. Só serve mesmo para mostrar que o novo ministro da Agricultura, com seus conhecimentos da matéria, é um homem muito inspirador.
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário