Fico sabendo, por informação do colega Carlos Brickmann, que "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, em nova tradução de Alberto Adriano Maçorano Cardoso, 488 páginas, está sendo lançado em papel (R$ 46,00) e em arquivo eletrônico (R$ 12,90).
Os preços me parecem excessivos, considerando-se que é obra em domínio público e tem mercado garantido de milhões de adeptos do Espiritismo no Brasil. Edição anterior, traduzida por Guillon Ribeiro, poliglota e vernaculista elogiado até por Ruy Barbosa, pode ser baixada, gratuitamente, em http://tinyurl.com/29pbh8u, ou comprada, a partir de meros R$ 10 reais em papel, ou por R$ 21,90 em audiolivro gravado por Carlos Vereza e sua filha, a atriz Larissa Verezo.
Não é essa a questão que eu desejava focalizar neste momento, ainda que a alusão ao abuso do preço me pareça importante. Parece-me, sim, que o lançamento da nova tradução, comparado com o que já existe, liquida a polêmica sem sentido sobre o futuro do livro, quando tal jamais esteve em debate, mas apenas a midia ou o veículo como queiram chamar o material através do qual ele ganha vida exterior ao do cérebro que o engendrou.
Os nostálgicos do papel, tal como ocorreu antes com os do papiro e do pergaminho, podem prolongar sua utilização por mais dez ou vinte anos, mas acabarão rendidos a duas realidades. A primeira é a falta de sentido de sacrificar uma floresta, agredindo o meio ambiente e encarecendo o preço final com os custos que começam com o abate de árvores, passam pela fabricação da celulose, do papel, da tinta, da cola, e terminam na impressão, encadernação, empacotamento e distribuição.
A segunda é que o livro como conceito nunca esteve em debate. No momento em que os antagonistas da versão eletrônica perceberem que tanto faz imprimi-lo na cabeça de um alfinete – há quem consiga – ou em Lâminas de ouro ou lajotas de cerâmica, desde que não perca o conhecimento que armazena, toda a resistência cessará.
Mural
Sobre "Cordoba Center", coluna de anteontem, Levy escreveu:
"Assisti também à tal entrevista [de Feisal Abdul Rauf, defendendo a localização do Centro] no 60 minutes. O sujeito líder da comunidade islâmica falava em tudo, menos liberdade religiosa. Disse, entre outras coisas, que a construção do Centro faria com que mais muçulmanos entrariam em NY e que isso traria mais negócios, gerando emprego etc. Grande preocupação com a liberdade religiosa! A construção do Centro no local pretendido é ofensivo às famílias que perderam seus entes naquele ato praticado em nome de uma religião. É dizer aos radicais muçulmanos: Venham, ataquem-nos. Em troca, construiremos mais mesquitas para vocês! Tente construir um centro cristão, uma igreja batista ou católica em Riad. Cadeia ou morte e sem julgamento. Sustentar direito à liberdade religiosa em casos como esses, constitui, de duas, uma: hipocrisia ou má-fé ou mesmo as duas."
Sobre "Deus e os Baha'is", coluna de ontem, Iradj Roberto Eghrari manifestou:
"Parabéns pela lucidez e clareza de seu artigo. Como bahá'í brasileiro sinto serem fundamentais manifestações como a sua para que possamos criar massa crítica na opinião pública de nosso país para que assim a voz da liberdade e da eliminação dos preconceito religioso brade bem alto para que as autoridades iranianas percebam que não iremos nos silenciar face as cruéis injustiças cometidas no Irã contra os bahá'ís e todas as minorias lá perseguidas, sejam elas étnicas, religiosas, homossexuais, e tantos outros."
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