Assisti, na semana passada, reportagem da Globo News sobre a polêmica em torno da construção do Cordoba Center, centro cultural islâmico, com uma mesquita, nas proximidades do local onde ficava o World Trade Center (WTC), em Nova York. A matéria antecipava manifestações que ocorreram neste domingo e foi conduzida sob a ótica da liberdade religiosa.
Não me parece que, no caso, a liberdade religiosa esteja em questão. Os islâmicos podem construir suas mesquitas onde bem entenderem, cá no Brasil ou em caixa-prego, e devem tê-lo feito tanto em Nova York como em qualquer outro ponto do território norte-americano, nestes nove anos desde que militantes radicais destruíram as duas torres do WWC em ato de guerra.
A recíproca não é verdadeira. Ninguém conseguirá construir templo de outras religiões no Irã porque os aiatolás não deixarão. O argumento tem sido levantado por quem se opõe ao Cordoba Center, mas esse não é o ponto. O que estão discutindo em Nova York não é a liberdade religiosa. Tal como a liberdade de pensamento, nunca esteve em questão nos Estados Unidos. O tema do debate é a inadequação do local, marcado para sempre pela tragédia de 2001.
Feisal Abdul Rauf, líder da comunidade muçulmana norte-americana, defendeu a localização do Centro, dizendo que marcaria naquele local posição para defender a fé muçulmana, homenagear os mortos e separar os terroristas como fanáticos que desrespeitaram os verdadeiros princípios do islamismo.
Estas declarações recentes de Rauf contrastam suas declarações em entrevista ao programa "Sessenta Minutos", logo depois da tragédia do WTC. Na ocasião, afirmou que a política mundial dos Estados Unidos havia contribuído para o episódio. Diante da repercussão negativa, Rauf viu-se obrigado a esclarecer o que pretendera dizer. Alegou que falava das ações da CIA, de apoio os talibãs, quando os invasores do Afeganistão eram os soviéticos. Como se dissesse que o feitiço havia se voltado contra o feiticeiro.
Se é assim, se ele foi sincero nas duas as ocasiões, a polêmica não é de difícil solução. Basta que o Centro Córdoba perpetue em um monumento, dentro de sua área, mas facilmente visível a quem por ali passar, a condenação ao atentado de 2001, o pesar pela morte de milhares de pessoas e a repulsa a qualquer tipo de terrorismo, seja a que pretexto for.
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