quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

A copa dos deuses - Jayme Copstein

Que este mundo é uma bola, está decidido. O cardeal Tarcísio Bertone, secretário do Vaticano, sugeriu a possibilidade de a Santa Sé ter a sua própria equipe de futebol, à altura do Roma ou a Inter de Milão. Como não acrescentar aí o Inter de Porto Alegre, que ao contrário do xará italiano, é macho, sim senhor, e ainda por cima campeão do mundo?
Fica-se imaginando que, para equilibrar a disputa, a Fifa teria de modificar suas regras, tal como a Federação de Automobilismo faz quando alguém inventa um carro milagroso. Já pensaram vocês em uma seleção que tivesse São Pedro e São Paulo na zaga, Cosme e Damião no meio- de-campo, isso se o técnico São Baladão decidisse pelo velho dois-dois-quatro-dois, ainda no goal com São Judas Tadeu, o santo das impossíveis?
O problema estaria colocado quando essa seleção do Vaticano enfrentasse a seleção da Bahia com Xangô, Exu, Oxalá e Ogum no meio-de-campo, se o técnico Caboclo Ventania optasse pelo antigo dois-quatro-dois-dois. Quem venceria este encarniçado encontro das esquadras celestiais?
Nunca ficaremos sabendo. Tão logo o cardeal Bertone anunciou a boa nova, o Vaticano divulgou desmentido formal, com a clássica desculpa de que ele tinha sido mal interpretado. Jamais veremos São Genaro dar seus chapéus em Oxossi nem Oxumaré marcar seu gol de placa em São Brederodes.
Que pena!

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