sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Recordes - Jayme Copstein

Festejemos, irmãos: em Cachoeira do Sul acabam de descobrir um fóssil de 228 milhões de anos o que, segundo a Zero Hora, pode mudar a história dos dinossauros na face da Terra.
Pranteemos, irmãos. O Congresso brasileiro acaba de sacramentar mais uma indecência, dobrando sua remuneração. Daqui a 228 milhões de anos, os arqueólogos ao remexerem em ossadas, dirão que jamais houve na história do mundo políticos tão imorais quanto os do Brasil, e por isso jamais mudou o destino deste país.
Festejemos irmãos. Os arqueólogos só precisaram de meia dúzia de fragmentos de ossos, para concluir que o dinossauro descoberto era um dos elos perdidos entre formas mais primitivas e formas mais evoluídas da espécie.
Pranteemos, irmãos. A absolvição de praticamente todos os mensaleiros e sanguessugas são provas demasiadas que qualquer elo que acaso houvesse entre o “politicus brasiliensis” e o mínimo de decência que se exige de qualquer ser vivo, perdeu-se irrecuperavelmente, se é que existiu algum dia.
Festejemos, irmãos. Se a importância desta descoberta em Cacheira do Sul for confirmada, o Brasil vai para o Livro dos Recordes do Ginness como detentor do fóssil mais antigo de toda a história da humanidade.
Pranteemos, irmãos. Não se precisa mais de comprovação. Os números são eloqüentes: passando ganhar a quase 30 vezes o que percebe um congressista norte-americano e mais de 30 vezes o que ganha um parlamentar inglês, em um país onde a renda média da população é 15 vezes menor do que a dos habitantes dos Estádios Unidos ou da Inglaterra, já estamos no Guinness: trata-se do Congresso mais imoral da história do planeta.

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