O problema dos aeroportos brasileiros é apenas ser a bola da vez. Quando for resolvido, e o será, como sempre, com improvisos e jeitinhos, jogos de cintura e quebradores de galho, virão outros, e outros, e outros, como os muitos que já ficaram lá para trás.
O que parece existir aí é a nossa absoluta falta de modéstia. Deus é brasileiro e somos todos seus maiores profetas. É a semente de tragédias como a da nova governadora do Rio Grande do Sul, perdida em um beco sem saída, mesmo antes de assumir o Piratini, ou de comédias, como a do presidente da República, que agora promete comparar-se consigo mesmo, como se houvesse alguma utilidade em forçar a mão direita contra a mão esquerda, a não ser em antigos manuais de ginástica, hoje completamente fora de moda.
A desculpa mais calhorda desta crise do transporte aéreo é o crescimento da demanda. Terá sido o Brasil o único país do mundo em que a demanda por transporte aéreo cresceu ou onde mais ela cresceu? Terá acontecido da noite para o dia, tão inesperadamente como um tsunami que leva tudo de roldão?
O que desejavam os sucessivos governos que jamais planejaram o atendimento da multidão deslocada das rodoviárias para os aeroportos? Que não os usassem, mas apenas os mostrassem às crianças, nos passeios de domingo, como monumentos nacionais, enquanto era contada a história gloriosa de Santos Dumont?
É muita desfaçatez discursar grandiloqüências para enfeitar a realidade. Cães e gatos de apartamento arranham o soalho, simulando esconder os dejetos sob uma camada fictícia de terra. Mas eles são apenas animais irracionais.
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
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