Ora Delfim Neto, ora João Sayad nos dão portentosas lições de como consertar a economia, em artigos publicados nos jornais. Agora surge Maílson da Nóbrega, em livro. Em comum, os três tiveram em certa época a faca e o queijo na mão, sem deixar lembrança concreta dos milagres que, dizem agora, podem ser feitos com um estalar de dedos.
Delfim Neto prega um repentino déficit zero. Só se paga despesa com o dinheiro entrado em caixa, não se pede emprestado, e se acaba com os juros estratosféricos. Mas quando passou a chave do cofre, na transição do governo Médici para o governo Geisel, em 1974, deixou uma bomba de efeito retardado que explodiu nas mãos do sucessor, Mario Simonsen.
Sayad e Maílson foram ministros da área econômica de Zé Sarney, governo de triste memória que pôs na lata do lixo alguns decênios da história brasileira. É a origem dos pesados sacrifícios hoje impostos à nação. Sayad também estala os dedos com o súbito corte de juros, Maílson, o otimista, acha que o futuro chegou.
Nenhum deles, entretanto, toca na corrupção e na voracidade de uma oligarquia que devora o orçamento público, atoicinhada em salários polpudos e generosas aposentadorias.
Falta, pois, um capítulo importante, na “Arte de consertar o Brasil!”, desses consumados mestres da economia cabocla.
segunda-feira, 21 de novembro de 2005
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