terça-feira, 15 de novembro de 2005

O Calvário da República - Jayme Copstein

Comemoramos hoje 116 anos de regime republicano ou apenas a crise que se perpetua desde a quartelada de 15 de novembro de 1889?
Pedro II era um homem doente, não tinha muita vida pela frente, todos sabiam. Não havia porque depô-lo E ninguém queria sua filha no trono, e não era por ela ter abolido a escravatura. Mais afeita a devoções religiosas que à administração pública, com um marido detestável, Isabel não assumiria a coroa por decisão do parlamento e a república seria instituída sem turbulências.
Não aconteceu porque Deodoro da Fonseca, líder do Exército, era homem rancoroso. Foi suficiente o boato de que o Visconde de Ouro Preto tomaria providências severas para conter a indisciplina dos quartéis, para que ele o apeasse da chefia do governo, sem contudo derrubar a monarquia.
Só quando o imperador nomeou Silveira Martins chefe do novo gabinete, é que se deixou convencer que havia proclamado a República. O gaúcho era seu inimigo por questões estritamente pessoais, nada a ver com a política. Não podia aceitá-lo.
Foi o começo do nosso calvário.

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